29 novembro 2011
INTERNET: ELI PARISER E OS "FILTROS-BOLHA" ONLINE
À medida em que empresas da Web se esforçam para fornecer serviços sob medida para nossos gostos pessoais (incluindo notícias e resultados de pesquisa), acontece uma conseqüência importante, fundamental para o conhecimentoda humanidade: Caímos na cilada dos "filtros-bolha" e não somos expostos à informações que poderiam desafiar ou ampliar nossa visão de mundo, a nossa compreensão.
No dia 15 de maio deste ano, Eli Pariser lancou o livro “The Filter Bubble: What The Internet is Hiding From You” - algo como "O Filtro Bolha: O que a internet está escondendo de você"
Nele, Pariser mostra de que forma as ferramentas de busca, como o Google e Yahoo!, e até o Facebook, estão filtrando informações e decidindo o que pode ser relevante para cada um de nós se baseando em hábitos de busca, ou seja, editando, de forma invisível, a internet.
São os filtros-bolha, que cada vez mais oferecem apenas os resultados de pesquisa que os algoritmos de busca consideram ser o que queremos. É como se estivéssemos trocando de Big Brother: saindo do poder dos grandes grupos de mídia e caindo nas garras dos “robôs” da internet.
Neste sentido Eli Pariser, presidente do conselho da MoveOn e membro sênior do Instituto Roosevelt argumenta, em sua palestra no TED2011, que as ferramentas de busca personalizada podem estreitar nossa visão de mundo. Afirma que estamos sendo monitorados através de algorítimos, e que isto, definitivamente, é ruim para todos - nós e a democracia.
Em sua palestra Eli afirma: “Trata-se de um pensamento que me apavora especialmente porque não vejo outra forma de maturidade intelectual que não seja a de nos expor a idéias e pensamentos contrários aos nossos. E a internet, ao contrário de qualquer outro meio de comunicação, vinha com a promessa de conseguir fazer isso. Mas quando a rede se organiza de forma a nos mimar com informações, idéias e reflexões rigorosamente parecidas com as nossas, além de perdermos a chance de encontrar contrários, podemos mergulhar na vã e perigosa ilusão de que nossa forma de pensar é predominante.”
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