15 junho 2009

OBRA DE LYGIA PAPE ABRE BIENAL INTERNACIONAL DE VENEZA


O júri da 53ª Bienal de Arte de Veneza concedeu, no sábado passado (6/6), a Menção Especial Remaking Worlds ("Refazendo Mundos", em tradução livre) à artista fluminense Lygia Pape (1927-2004) em caráter póstumo. Ttéia, uma instalação feita com fios de ouro iluminados por spots presos ao teto é a primeira imagem que os visitantes encontram ao chegar no principal evento de arte contemporânea do cenário internacional.



Diagonais e quadrados atravessam o espaço com se fossem feixes de luzes e representam o ápice da pesquisa tridimensional da brasileira. A instalação está na entrada da mostra, nas margens do Grande Canal.
A obra de Lygia Pape foi inserida como cartão de visitas porque expressa o título da Bienal deste ano, "Fazer Mundos", e reúne diferentes linguagens da arte, como o desenho, a instalação, a escultura e a pintura. A ideia é mostrar os trabalhos modernos e discutir a influência de gerações passadas afirma o diretor Daniel Birnbaum, na apresentação da exposição.
"Pape trabalhou em diferentes campos da pintura, da escultura, da dança, foi uma das artistas mais inovadoras do seu tempo", acrescenta. A Ttéia foi criada em 2002, mas serve como introdução para obras concebidas apenas para a Bienal. Depois da instalação da brasileira, em espaços que somam um total de 88 mil metros quadrados, estão expostas as obras de outros 90 artistas, de 77 países - um recorde de presença.


Daniel Biernbaum, diretor sueco de 46 anos de idade, colocou no programa até mesmo uma parada musical, ao longo de várias ruas de Veneza, com o americano Arto Lindsay, radicado no Brasil. “A mostra vai criar novas realidades artísticas, que deverão ir além das expectativas das instituições e do mercado", afirma.
Durante a Bienal, Veneza se transforma em uma imensa galeria a céu aberto. O espaço do Brasil apresenta para Veneza duas realidades com cores bem vivas: a de Maceió, com os quadros de Delson Uchoa, e a de Belém, com os painéis fotográficos de Luiz Braga.
"Na minha obra, eu trato a cor e a luz que é o Brasil no seu estado puro", disse Uchoa à BBC Brasil.
Já as fotografias de Luiz Braga contam a realidade amazônica. "A minha fotografia privilegia o Brasil natural, a brasilidade da rotina das pessoas e não aquela dos índios, do carnaval, do gringo, aquilo não me interessa", diz o fotógrafo.

VÍDEO: TEASER DA BIENAL DE VENEZA EM 2009



Link externo: La Biennale di Venezia - Pagina oficial (em italiano)

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