23 março 2008

UM EM CADA CEM NORTE-AMERICANOS ADULTOS ESTÁ PRESO

Os Estados Unidos encarceraram mais pessoas do que qualquer outro país do mundo, e pela primeira vez na história, mais de 1% da população adulta está atrás das grades, segundo um relatório publicado no dia 28 de fevereiro deste ano.
O relatório do Centro Pew, em Washington, disse que no começo de 2008 havia mais de 2,3 milhões de adultos presos nos EUA. A China, que é muito mais populosa, vem em segundo lugar, com 1,5 milhão de presidiários. A Rússia ocupa a terceira posição, com 890 mil detentos.
"Além do elevado número de detentos, a América (EUA) também é líder global na taxa de encarceramento da sua cidadania, superando nações como África do Sul e Irã", disse o relatório.
"Apesar de todo o dinheiro que se gasta em cárceres e prisões não houve um benefício claro e convincente para a segurança pública", afirmou Adam Gelb, diretor de projeto no Centro Pew para os Estados, que elaborou o estudo de 37 páginas.
Em 2007, os Estados norte-americanos gastaram mais de 49 bilhões de dólares nas prisões, um aumento de 11 bilhões de dólares em vinte anos, segundo o relatório. Mas a "taxa nacional de reincidência manteve-se, virtualmente, sem alterações, e quase metade dos delinquentes que saem do cárcere volta para a prisão dentro de três anos".
Essa situação, segundo o Centro Pew, "sobrecarrega Estados já com problemas financeiros, acarretando custos crescentes que eles mal podem atender, e sem ter um claro impacto na reincidência ou na criminalidade como um todo".
O texto acrescenta que os gastos com prisões crescem seis vezes mais rápido que os gastos com o ensino superior.

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Durante quase três décadas generalizou-se nos Estados Unidos uma política de "mão dura" contra o crime, tanto a nível federal como estatal, que inclusive aumentou as penas de prisão por delitos menores.
"Mais e mais Estados começam a reconsiderar a sua política de enviar para a prisão os delinquentes que cometem ofensas leves e adotam estratégias severas com o crime e menos gravosas para os contribuintes", acrescentou.
Em entrevista ao "New York Times", Paul Cassell, professor de direito da Universidade de Utah e juiz federal aposentado, disse que o relatório considera apenas metade da equação custo-benefício e passou por cima de "benefícios muito tangíveis, como a diminuição da taxa de crimes". De acordo com o Federal Bureau of Investigation (FBI), nos últimos 20 anos a taxa de criminalidade caiu 25%, de 612.5 por 100 mil pessoas em 1987 para 464 em 2007.

Leia mais no jornal "The New York Times"
Aqui:(http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2008/02/28/um_em_cada_100_americanos_esta_preso_aponta_estudo_1209631.html ).

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