12 junho 2008

PARA ONGS, GOVERNO EXAGERA PREOCUPAÇÃO COM ESTRANGEIROS NA AMAZÔNIA



A polêmica em torno da compra de terras por estrangeiros na Amazônia e a preocupação quanto a ingerências internacionais na região são riscos marginais que estão sendo extrapolados pelo governo, na opinião de organizações não-governamentais ouvidas pela BBC Brasil.

Para Paulo Adário, do Greenpeace, a importância dessas questões está novamente sendo exagerada para atender a interesses "oportunistas" dentro e fora do governo ligados à exploração econômica da Amazônia. Segundo Adário, o debate está "tingido por uma cor ideológica", mas o que realmente existe é "uma grande paranóia", alimentada pelo que chama de setores conservadores "para esconder interesses escusos".
Para o pesquisador do Imazon e co-autor de um estudo sobre a situação fundiária na Amazônia, Paulo Barreto, para praticar atividades ilegais como biopirataria e extração clandestina de madeira, não é preciso ser dono da terra. "Capital sério estrangeiro (em grande escala) não vai investir nesse caos aqui. Brasileiro sério já tem dificuldade de comprar terra (regular) na Amazônia."
"Não acho que seja ruim ou bom se (a empresa proprietária) é nacional ou multinacional, se as duas forem destrutivas, as duas são ruins", concorda Paulo Adário. "Acho que tem muito de xenofobia aí."

PALPITES



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso, disse que "o mundo precisa saber que a Amazônia tem dono" e criticou o excesso de "palpites" sobre o que deve ser feito com a região.

As declarações do presidente foram feitas em meio à repercussão internacional negativa da queda da ministra Marina Silva e à publicação de uma série de artigos em veículos estrangeiros, como Financial Times, The Economist e The New York Times, questionando a capacidade do governo brasileiro de conter o desmatamento na Amazônia.
O governo vem dizendo, desde dezembro, que pretende aumentar a fiscalização da atuação de ONGs estrangeiras e nacionais na Amazônia. E que é o Brasil que deve definir o processo de proteção e desenvolvimento da região. Também vem se acirrando a polêmica em torno da necessidade de maior rigor a aquisição de terras brasileiras por estrangeiros. O Ibama multou em R$ 380 milhões a empresa Gethal, atribuída ao empresário sueco-britânico Johan Eliasch.

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