"La escalera de la evasión" (imagem acima), uma das obras mais emblemáticas de Joan Miró (Barcelona, 1893 - Palma de Mallorca, 1983), empresta seu título à exposição mais espetacular dedicada a Miró. A fundação que leva o nome do artista reúne até 25 de março 170 de obras do criador espanhol, entre pinturas, esculturas e obras sobre papel, procedentes de vários museus e coleções.
A mostra, a mais importante do artista realizada na Espanha nos últimos 20 anos, reúne obras de coleções públicas e privadas de todo o mundo e foi organizada em conjunto com a Tate Modern de Londres e a National Gallery of Art de Washington, com um orçamento que beirou um milhão de euros.
VIDEO: RETROSPETIVA DE MIRÓ EM BARCELONA
A mostra inclui a vertente mais política da obra do artista que, ao contrário de muitos de seus conterrâneos, nunca foi um ativista político militante. Mas sua obra é impregnada dos grandes acontecimentos históricos e sociais que estremeceram o mundo ao longo de uma extraordinária carreira de seis décadas, como a Guerra Civil espanhola e a Segunda Guerra Mundial. O título da exposição busca refletir sobre essa posição "ambígua" do artista diante do que ocorria ao seu redor.
A mostra percorre três períodos-chave da carreira de Miró, começando por seus anos de formação na Catalunha por volta dos anos 1920, dominados por quadros realistas, mas cheios de detalhes nos quais já aparecem alguns dos elementos onipresentes em toda a sua obra como a escada ou a barretina (gorro) catalã.
Os anos 1930 foram marcados por suas sombrias "pinturas selvagens", que coincidem com o começo da Guerra Civil, depois da qual Miró decidiu ir para Paris.
Mais tarde, com o franquismo instalado na Espanha, Miró viveu a última parte de sua vida em Mallorca, onde continuou explorando os diferentes terrenos da arte. Desta época, data a série Tela Quemada, na qual o pintor desmaterializa o objeto artístico e convida o espectador a olhar o mundo ao redor e, sobretudo, o tríptico La Esepranza Del Condenado a Muerte (1974), uma obra que reflete sobre a condição humana depois da execução do jovem anarquista catalão Salvador Puig Antich.
Esta exposição, previamente exposta na Tate Modern, onde foi visitada por 303.000 pessoas, surge agora em Barcelona. Depois viaja para a National Gallery of Art de Washington, onde se poderá vista a partir de maio de 2012.
DOCUMENTÁRIO COMPLETO: JOAN MIRÓ (em espanhol)
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