O WikiLeaks e o seu fundador, Julian Assange, vêm sofrendo uma forte pressão internacional, principalmente por parte dos Estados Unidos, desde que começaram a divulgar um pacote de mais de 250 mil mensagens diplomáticas secretas americanas, em dezembro do ano passado.
Como parte dessa pressão, as operadoras de cartões de crédito Visa e Mastercard e a empresa de pagamentos na internet PayPal bloquearam as doações ao portal.
Assange criticou duramente a ação em um comunicado divulgado na Austrália.
"Agora sabemos que Visa, Mastercard e PayPal são instrumentos da política externa dos Estados Unidos. É algo que ignorávamos". A denúncia acontece depois de as empresas citadas, assim como a Amazon, terem rompido seus vínculos com o WikiLeaks.
Assange disse que continua comprometido com a divulgação de documentos secretos dos Estados Unidos, apesar da condenação de Washington e de outros países.
"Esse processo aumentou minha determinação de que as informações são verdadeiras e corretas. Faço uma chamada a todo o mundo para que proteja meu trabalho e a minha gente destes ataques ilegais e imorais", disse.
Deste modo, ativistas online lançaram a operação Payback para "vingar" o WikiLeaks de empresas e entidades que consideram como responsáveis por obstruírem operações do site.
A Mastercard, que deixou de permitir doações ao WikiLeaks, teve o serviço de autenticação de pagamentos online interrompido. A VISA também está sob ataque.
O grupo de hackers ativistas ‘Anonymous’, que assumiu a autoria do ataque, atingiu diversos alvos - incluindo o site dos promotores que acusam o fundador do Wikileaks, Julian Assange, de estupro.
A empresa de pagamentos PayPal, que deixou de permitir doações ao WikiLeaks, após o Departamento de Estado americano determinar que as atividades do WikiLeaks eram ilegais nos Estados Unidos, também foi atacada. Outras empresas que se afastaram do WikiLeaks, como o banco suíço PostFinance, que congelou a conta de Assange, também sofreram ataques.
O grupo também ajudou a criar sites espelhos para o WikiLeaks, após seu provedor americano retirá-lo do ar.
A Netcraft, empresa de segurança, diz que 1,6 mil computadores agiram na ação.
ANONYMOUS - OPERATION BLING - A Call To Action
Antes dos ataques, um membro do Anonymous que se intitula Coldblood disse que várias ações estavam sendo executadas. "Sites que estão se curvando à pressão governamental se tornaram alvos", disse o hacker. "Como organização, nós sempre defendemos uma sólida posição sobre censura e liberdade de expressão na internet e nos voltamos contra os que buscam destruí-la por qualquer meio."
Segundo Coldblood, o "WikiLeaks se transformou em algo maior do que o vazamento de documentos e tornou-se o palco de uma batalha do povo contra o governo".
A empresa processadora de pagamentos do Wikileaks, a Datacell, da Islândia, disse que vai mover uma ação de indenização contra Visa e Mastercard. "É difícil acreditar que empresas tão grandes como a Visa podem tomar uma decisão política", disse o presidente da empresa, Andreas Fink. Em uma declaração anterior, a DataCell defendeu o Wikileaks concluindo que "é simplesmente ridículo concluir que o site tenha feito algo criminoso".
Como consequência da guerra cibernética, o site de relacionamentos Facebook e o microblog Twitter excluíram contas de ativistas on-line que promoveram ataques. O Facebook confirmou que havia excluído a página Operation Payback, operada por ativistas. O Twitter se recusou a comentar. A campanha ressurgiu no Twitter logo depois, com o uso de outra conta.
O Wikileaks comentou que a série de ataques cibernéticos era um reflexo da opinião pública. “Essa série de ataques parece ter se originado de uma reunião virtual conhecida como Anonymous. Este grupo não é afiliado ao Wikileaks. Não há contato entre funcionários do Wikileaks e qualquer pessoas do Anonymous. O Wikileaks não recebeu qualquer informação prévia sobre as ações do Anonymous", diz o comunicado. O porta-voz do grupo, Kristinn Hrafnsson, disse no documento que "não condenamos nem aplaudimos estes ataques. Acreditamos que eles sejam um reflexo da opinião pública sobre as ações de seus alvos.”
LULA DEFENDE O WIKILEAKS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, engrossaram o coro dos que criticam a detenção do australiano em Londres, a pedido da Suécia. "O rapaz que estava desembaraçando a diplomacia americana foi preso e não estou vendo nenhum protesto contra a (violação da) liberdade de expressão", lamentou Lula, em discurso na reunião de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Lula também defendeu que o Blog do Planalto deveria fazer “o primeiro protesto contra a liberdade de expressão na internet”.
O presidente ressaltou que Assange tem sua solidariedade, e reiterou que a responsabilidade pela divulgação dos telegramas não é do jornalista australiano. "Se ele leu, foi porque alguém escreveu. Logo, o culpado é quem escreveu", argumentou.
LULA APÓIA O WIKILEAKS
Cerca de duas horas depois, foi a vez de Putin questionar a prisão do fundador do site que tem divulgado documentos secretos dos Estados Unidos. "Se falamos de democracia, é necessário que seja total. Por que Assange foi preso? Isso é democracia?", questionou o premiê. Como Lula, Putin está na contramão de outros governos, que acusam o site de colocar em risco a segurança global. "É preciso começar olhando para nossos próprios pés. A bola está no campo de nossos colegas americanos, agora", ironizou.
ENTENDA O CASO
Em agosto de 2010, um mês depois da divulgação, pelo WikiLeaks, de 9000 documentos secretos do Exército americano sobre a Guerra do Afeganistão, a Justiça da Suécia expediu dois mandados de prisão contra Assange, um deles por estupro e o outro, por agressão sexual. A acusação da Justiça sueca é a de que, durante uma sessão de sexo consensual, seu preservativo se rompeu, tendo sido retirado – o que na Suécia é equivalente a estupro (pena de dois anos de prisão). Uma das denunciantes, Ana Ardin (a outra é Sofia Wilen), alega que Assange rompeu a camisinha de propósito. Ardin é cubana, anticastrista, e consta que trabalhou para ONGs financiadas pela CIA.
Assange estava então na Suécia para uma série de palestras, depois que o Partido Pirata local aceitou acolher vários servidores do Wikileaks, diante da perseguição das autoridades dos Estados Unidos. Enquanto a Polícia sueca procurava Assange, surgiam, na Internet, denúncias sobre uma possível conspiração contra ele. Pouco depois, a Justiça sueca anunciou a retirada da ordem de prisão.
O porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, declarou que qualquer insinuação sobre uma eventual conspiração do Departamento de Defesa dos Estados Unidos contra Assange seria "absurda".
Em 1º de setembro, a justiça da Suécia reabriu o processo contra Assange. No dia 20 de novembro, as autoridades suecas pediram à Interpol que ele fosse capturado, com fins de extradição.
Em 28 de novembro, WikiLeaks voltou à carga, divulgando mais de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os documentos revelam, por exemplo, como o governo dos EUA, mais precisamente a Hillary Clinton, deu instruções a seus diplomatas para que atuassem como espiões e recolhessem informações sobre líderes políticos e nas Nações Unidas, inclusive dados bio-métricos e cartão de crédito do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon. Como sempre, as informações foram repassadas a cinco grandes jornais do mundo, dentre os quais, The New York Times, Le Monde e The Guardian.
WIKILEAKS LIBERA 250 MIL DOCUMENTOS DIPLOMÁTICOS
Dois dias depois, em 30 de novembro, a Interpol distribuiu em 188 países, uma notificação vermelha. O advogado de Assange, Mark Stephens, declarou ser "muito incomum" que se emita uma notificação vermelha em casos semelhantes ao do seu cliente. Stephens observou também que o promotor sueco pediu que Assange fosse detido sem acesso a advogados, a visitantes ou a outros presos.
Em 7 de dezembro de 2010, às 9h30 no horário local, Julian Assange apresentou-se à Polícia Metropolitana, em Londres. Ele negou a acusação de crimes sexuais contra duas mulheres na Suécia. Desde então fundador da organização ficou detido em uma cela de isolamento na prisão de segurança máxima de Wandsworth, onde teve a correspondência censurada. Sua mãe, Christine Assange, falou por telefone durante dez minutos com ele e recebeu uma mensagem, depois transmitida ao canal de televisão australiano Seven Network: "Faço um apelo a todo o mundo para que meu trabalho e meus seguidores sejam protegidos desses ataques ilegais e imorais", dizia um trecho da mensagem.
CHRISTINE ASSANGE TRANSMITE MENSAGEM DE JULIAN
ASSANGE VENCE A PRIMEIRA BATALHA, MAS A GUERRA ESTAVA APENAS COMEÇANDO...
Em 14 de dezembro, Julian Assange foi julgado por um tribunal de Londres, obtendo sua libertação mediante o pagamento de fiança no valor de 240 mil libras esterlinas (cerca de R$ 637 mil). Enquanto isso, Assange deveria comparecer diariamente a uma delegacia de polícia, cumprir um toque de recolher e usar um rastreador eletrônico. Ainda, o juiz determinou o confisco do passaporte dele. A decisão foi anunciada pelo juiz Howard Riddle, da corte de Westminster. A princípio, foi informado por Mark Stephens, advogado de Assange, que os representantes do ministério público da Suécia não pretendiam apelar da sentença. Todavia, posteriormente, a advogada Gemma Lindfield informou à Corte de Magistrados da cidade de Westminster que os promotores suecos desejam apelar da ordem de fiança, o que deveria ocorrer no prazo de 48 horas.
JULIAN ASSANGE NA CORTE EM 14.12.2010
No dia 16 de dezembro de 2010, Assange foi libertado pela justiça britânica, após a negação do recurso da promotoria sueca contra sua liberdade condicional. Enquanto isso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos busca provar que Assange encorajou ou ajudou o soldado Bradley Manning a extrair do sistema de computadores do governo material militar reservado e arquivos do Departamento de Estado. Uma das supostas provas é a gravação de um chat (bate-papo) no qual Bradley afirma ter se comunicado com Assange, por meio de um sistema encriptado.
Segundo o jornal The New York Times, promotores de Washington já trabalham na construção de um caso contra Assange. Com isso, as autoridades americanas pretendem processar o fundador do WikiLeaks por conspiração.
JULIAN ASSANGE FAZ PRIMEIRO DISCURSO APÓS PRISÃO
WIKILEAKS: DAQUI TÊM ORIGEM OS CONFRONTOS NA TUNÍSIA, NO EGITO E DEPOIS NA LIBIA. DAÍ A INDICAÇÃO PARA O NOBEL DA PAZ EM 2011
Em 2 de fevereiro deste ano, o parlamentar norueguês Snorre Valen - autor da proposta, anunciou a indicação do site WikiLeaks para ganhar o prêmio Nobel da Paz de 2011.
Para Valen, o WikiLeaks é "uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência" no século XXI.
O parlamentar optou por indicar o próprio site ao prêmio e não seu fundador, Julian Assange. Vale lembrar que o líder do projeto foi detido em dezembro, acusado de estupro por duas suecas e corre o risco de ser condenado à morte nos EUA.
Valen afirma em seu blog (http://www.snorrevalen.no/2011/02/02/why-i-have-nominated-wikileaks-for-the-nobel-peace-prize/) que “O WIKILEAKS É UM CANDIDATO NATURAL AO NOBEL DA PAZ POR “EXPOR CORRUPÇÃO, CRIMES DE GUERRA E TORTURA”, ALÉM DE TER DIVULGADO INFORMAÇÕES QUE AJUDARAM A DERRUBAR UMA DITADURA DE 24 ANOS NA TUNÍSIA”.
WIKILEAKS É INDICADO AO PRÊMIO NOBEL DA PAZ
AQUI COMEÇA A FARSA DO PEDIDO DE EXTRADIÇÃO DE JULIAN ASSANGE A MANDO DO GOVERNO NORTE-AMERICANO
Em 24 de fevereiro de 2011, o juiz britânico Howard Riddle aprovou a extradição do fundador do Wikileaks, Julian Assange, para a Suécia. O país quer interrogá-lo no âmbito de acusações de que ele teria violentado e agredido sexualmente duas mulheres, embora não tenha sido formalmente acusado. Advogados de Assange argumentavam que ele não obteria um julgamento justo na Suécia.
No entanto, o australiano de 39 anos nega as acusações, embora admita ter mantido relações sexuais com as duas mulheres. Segundo ele, o caso é motivado politicamente pelo vazamento de milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana e documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
COMEÇA A FARSA DO PEDIDO DE EXTRADIÇÃO DE JULIAN ASSANGE
JULIAN ASSANGE SPEACH
Seus advogados argumentaram que o mandado de prisão foi emitido para puni-lo por suas opiniões políticas, e enviá-lo à Suécia seria um passo para que ele seja transferido aos Estados Unidos.
'Existe um risco real de que, se ele for extraditado à Suécia, os EUA buscarão sua extradição e/ou rendição ilegal aos EUA, onde haveria o risco real de ele ser detido na Baía de Guantánamo ou em qualquer outro lugar...', disse o documento.
'De fato, se o sr. Assange for entregue aos EUA...há um risco verdadeiro de que ele poderá estar sujeito à pena de morte', afirmou.
O governo norte-americano está examinando se acusações criminais podem ser feitas contra Assange pela publicação de documentos diplomáticos que revelaram informações sensíveis como aquelas indicando que o rei saudita Abdullah pediu repetidas vezes aos Estados Unidos que atacasse o programa nuclear do Irã.
* Com informações da EFE e France Presse
A DECLARAÇÃO JUDICIAL SOBRE A EXTRADIÇÃO DE JULIAN ASSANGE
WIKILEAKS - Cai o porta-voz de Hillary
No dia 14 de março de 2011, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Philip Crowley, pediu demissão do cargo depois de ter criticado o Pentágono pelo tratamento dispensado ao soldado Bradley Manning, suspeito de ter repassado ao site dedicado a vazamento de informações WikiLeaks milhares de telegramas diplomáticos e militares dos EUA. Crowley qualificou a atitude do Pentágono como "ridícula" e "contraproducente". O Pentágono vem sendo acusado de tratar Manning de forma desumana na prisão.
PJ CROWLEY ‘DESISTE’ DEPOIS DE COMENTAR TRATAMENTO DISPENSADO AO SOLDADO BRADLEY MANNING
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