Acredito que a cada ano o dia 8 de março tende a perder sua força e ficará sem sentido muito em breve. Por quê?
Eu explico. Mesmo com o forte contexto que gerou esta data, ela remete a um período onde a visão das mulheres sob si próprias era outro, numa época em que “ganhar um dia” foi uma grande vitória. Passadas algumas décadas, a mulher de hoje conquista o que quer e não tardará para que seu domínio no mundo empresarial torne esta data inócua.
Domínio? Sim, porque quem estuda mais, é mais concentrada e obstinada no alcance de objetivos e metas terá cada vez mais sucesso e, consequentemente, poder. As mulheres já são responsáveis por 66% de toda a renda familiar brasileira, mesmo ganhando menos para realizar as mesmas tarefas que os homens. Há 15 anos, uma mulher ganhava o equivalente a 30% do salário de um homem, na mesma função. Hoje, este percentual já é de 70% e, a tendência, é que em um espaço de tempo muito menor tenhamos uma isonomia e, em seguida, uma inversão nos percentuais.
Aprofundando a análise sob o ponto de vista profissional, segundo o IBGE, a escolaridade média das mulheres urbanas é de 9,2 anos contra o máximo de 8,2 dos homens. Hoje, 22% dos cargos mais elevados (presidentes e CEOs) estão nas mãos das mulheres, sendo que há 13 anos eram apenas um pouco mais de 10%.
Sob outro ângulo, analisando a mulher consumidora, temos um cenário de domínio mais consolidado. A mulher brasileira forma o 10º maior mercado feminino do mundo, responsável por 62,9% do PIB de 2009. A mulher da classe C, principalmente, é ainda mais forte como consumidora e ganhou espaço em mercados tradicionalmente masculinos, como na compra e manutenção de automóveis - 36% dos gastos no segmento de serviços automobilísticos está nas mãos das mulheres, 42% dos carros novos vendidos no Brasil pertencem ao público feminino e cerca de 30% das aquisições feitas pelos homens têm influência direta das mulheres, segundo pesquisa da fabricante Renault, realizada com sete mil pessoas em vários estados.
No Brasil, as mulheres respondem ainda por 94% das compras de mobiliário doméstico, 92% dos pacotes de viagens, 88% dos planos de saúde, 82,3% das decisões de compra de itens de alimentação familiar, 67% das escolhas das opções de lazer, entretenimento e 53% dos serviços bancários e compra de eletrônicos. Se não bastassem todos estes dados, em 51,22% das vezes quem decide o que o homem veste é a mulher.
No mundo digital elas já representam 47% dos usuários brasileiros, passando 39 horas semanais na web, contra 21 horas assistindo TV e cerca de 7 horas semanais em sites de mídias sociais – uma hora a mais do que os homens. Atualmente, 92% das internautas brasileiras além de manter o computador ligado enquanto assistem TV, cultivam o hábito de enviar e receber e-mails enquanto acompanham os seus programas preferidos. Deste total, 83% afirmam que, ao ver um comercial interessante na TV, buscam na web mais detalhes sobre o produto, sendo que para apenas 8% das entrevistadas a propaganda em redes sociais é considerada invasiva, contra 19% dos homens.
Vamos agora cruzar as informações que disponibilizei neste texto: mais estudo, mais dedicação, mais foco na conquista dos objetivos, crescimento na hierarquia das empresas, mais renda, maior poder de decisão na compra da maioria dos produtos, incluída digitalmente, com hábitos amigáveis à propaganda, tornando-a mais importante no alvo de campanhas publicitárias.
Voltemos então à primeira linha deste texto: Dia 8 de março pra que?
Blog do Bira Miranda
Aqui: http://www.b1comunicacao.com.br/biramiranda/dia-da-mulher-uma-visao-sobre-a-consumidora-e-a-profissional/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário