29 maio 2009
EXPOSIÇÃO MOSTRA SEXO COM CADÁVERES EM BERLIM
O anatomista alemão Gunther von Hagens, conhecido pelo uso de cadáveres na concepção de obras de arte, voltou a inaugurar em Berlim uma mostra sobre os vários estágios da vida humana, do nascimento à velhice. A exposição "O Ciclo da Vida", que reproduz cenas de várias atividades humanas utiliza para isso mais de 200 cadáveres de recém-nascidos, adultos e pessoas idosas.
Mas foi a cena em que os corpos de um homem e de uma mulher são usados para simular uma cena de sexo que despertou críticas.
Dorothee Bär, especialista em Mídia do Partido Democrata-Cristão da chanceler Angela Merkel, qualificou a cena como "uma falta de gosto repulsiva" e disse que "torce" para que o público boicote a exposição.
O professor de Teologia Rainer Kampling, da Universidade Livre de Berlim, afirmou que a simulação do ato sexual entre os corpos demonstra que "não há mais limites". A Igreja Católica tem sido uma das maiores críticas das exposições promovidas pelo médico, que já passaram por diversos países.
O anatomista rebateu críticas de que estaria promovendo a pornografia e rompendo códigos éticos.
“Nossa exposição se chama O Ciclo da Vida, e nela mostramos tudo, desde a concepção até a morte", afirma Von Hagens. "Morte e sexo são temas tabus. Eu coloco os dois juntos. “A morte faz parte da vida, e sem sexo a vida não existe."
Von Hagens afirmou ainda que "nos formulários de doação, dois terços dos homens e um terço das mulheres concordaram que seus corpos fossem usados para representação de um ato sexual."
VÍDEO: CONHEÇA O PROCESSO DE PLASTINAÇÃO
No processo de conservação conhecido como "plastinação", que foi inventado por Hagens nos anos 70, os cadáveres são tratados com cerca de 200 quilos de silicone, durante um complicado procedimento que leva mais de quatro mil horas para ser concluído: os líquidos dos tecidos corporais são extraídos e substituídos por uma substância plástica especial.
Von Hagens traz sua mostra a Berlim oito anos depois da última apresentação na cidade. Na época, a exposição atraiu mais de 1,3 milhões de visitantes.
Em Heidelberg, onde O Ciclo da Vida esteve por quatro meses até o fim de abril, 300 mil pessoas visitaram a exibição. A mostra fica em cartaz na capital alemã até 30 de agosto.
Atualmente, outras exposições do projeto estão ocorrendo em Grã-Bretanha, Espanha, Israel e em duas cidades americanas.
VÍDEO DO HISTORY CHANNEL: DR. GUNTHER VON HAGENS (em português)
Link externo: Body Worlds (em inglês e outros idiomas)
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