07 setembro 2012

ENVIRONMENTAL ART: CHRISTO E JEANNE-CLAUDE


Christo e Jeanne-Claude formam um casal de artistas conhecido pelas instalações de Environmental Art (arte ambiental). Escultor norte-americano, Christo Vladimirov Javacheff (1935) nasceu no dia 13 de Junho em uma família industrial na Bulgária. Jeanne-Claude Denat de Guillebon nasceu no mesmo dia em Casablanca, no Marrocos. Ela descendia de uma família de oficiais franceses.

VIDEO: ENTREVISTA COM CHRISTO E JEANNE-CLAUDE (2006)



Christo freqüentou as Academias de Belas-Artes de Sófia e Viena, onde estudou pintura, cenografia e escultura entre 1952 e 1956. Estudou escultura com Fritz Wotruba na Akademie der Bildenden Künste de Viena. Em 1957, foi para Praga, onde se interessou pelo Construtivismo e suas propostas de estruturas monumentais visionárias.
Em 1958 instalou-se em França devido à Revolução Comunista e conheceu a artista Jeanne-Claude de Guillebon quando ela lhe encomendou um quadro de sua mãe. Em maio de 1960, nasceu o filho do casal, Cyril. Dois anos depois eles de casaram e se associaram profissionalmente.

WRAPPED OBJECTS AND PACKAGES

Ainda no final dos anos 50 Christo ‘embrulhou’ seu primeiro pote de tinta, envolvendo-o com resina e tela de linho. Em seguida, amarrou-o e tratou-o com cola, areia e tinta automotiva. A partir de então, abandonou a abstração e introduziu elementos retirados do cotidiano (latas, móveis, revistas, jornais, telefone, etc), realizando seus primeiros ‘empacotamentos’ com objetos embrulhados. A ideia de revestir objetos facilmente identificáveis com uma nova pele aproxima-se da prática de transformação de objetos familiares, difundida pelos novos realistas na década de 60.


Os objetos ‘embrulhados’ e os pacotes que Christo começou a produzir em 1958, pouco depois de sua fuga da Europa Oriental, refletem suas primeiras impressões acerca das embalagens comerciais ocidentais. O artista envolve completamente o conteúdo escolhido com um tecido dobrado de forma intrincada e então os amarra com cordas ou cordéis.


Permanecendo velados para sempre, os pacotes atentam o espectador com o seu conteúdo desconhecido, mas se um pacote for aberto, o trabalho é destruído.
Esta noção é interpretada por Christo quando, em 1962, envia um ‘pacote’ para o artista americano Ray Johnson, que o abriu para encontrar uma fotografia do pacote e uma nota informando que ele tinha arruinado a obra de arte.


Em 1960 Christo participou em uma exposição de reação à cultura nacional, na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), unindo-se ao grupo KWY - constituído pelos artistas portugueses Lourdes Castro, René Bertholo, Gonçalo Duarte, João Vieira, Costa Pinheiro, José Escada, e pelo alemão Jan Voss. No mesmo ano, através do crítico Pierre Restany, adere ao Novo Realismo, aproximando-se de Yves Klein, Arman, Cesar, Tinguely, Spoerri e Niki de Saint-Phalle, participando de várias exposições com o grupo.


Em 1961 Christo decidiu trabalhar em colaboração com sua mulher, Jeanne-Claude e iniciou a realização de projetos de grande porte com ‘Project for a Wrapped Public Building’ - a primeira proposta para embrulhar um edifício público.
Nesta época mostrou a intervenção ‘Stacked Oil Barrels, Dockside Packages at Cologne Harbor’, que permaneceu durante vinte e um dias flutuando no porto de Colônia. No ano seguinte, em resposta à construção do Muro de Berlim, realizou de ‘Iron Curtain - Wall of Oil Barrels’, de 1961/62, bloqueando uma rua de Paris por oito horas com duzentos e quarenta barris de óleo coloridos.

STORE FRONTS

Em 1964 Christo foi para Nova York, onde se tornou cidadão americano e realizou “Store Fronts”. Usando elementos recuperados de construções, começou a construir obras que representavam vitrines reais. Este corpo de trabalho enfatizou dois aspectos centrais nos projetos de Christo e Jeanne-Claude: arquitetura e ocultação.


Estas fachadas de "loja", muitas delas em escala real e iluminadas por dentro, faziam referência à cultura de consumo. Contudo, o artista provoca negando o acesso ao conteúdo através da aplicação de tecido ou papel no interior das vitrines. As “Store Fronts” (fachadas de loja) são elas próprias, recipientes de exibição, mas também refletem sobre o museu e suas práticas de exposição.

GRANDES INTERVENÇÕES

Ao final dos anos 1960, Christo e Jeanne-Claude começaram a envolver museus inteiros, ocultando assim os locais de exibição.


Foi em 1968 que finalmente a dupla iniciou as suas grandes intervenções em edifícios e monumentos públicos com a obra ‘Wrapped Kunsthalle’, em Berna, na Suíça.
No ano seguinte, Christo e Jeanne-Claude envolveram e amarraram a escadaria, o piso do saguão e o exterior do museu de arte contemporânea de Chicago com a obra ‘ Wrapped Museum of Contemporary Art’.

VIDEO: TateShots - CHRISTO



Em seguida seus trabalhos ganharam uma escala maior e um caráter efêmero. A intervenção “Wrapped Coast” (Costa Embrulhada) inaugurou o conjunto de grandes intervenções que o tornaram mundialmente conhecidos.

WRAPPED COAST

No outono de 1969, Christo e Jeanne-Claude embarcaram no seu primeiro projeto monumental em um cenário de paisagem: envolver uma costa de alinhamento dramático em Little Bay, na Austrália.


Os artistas, juntamente com 110 trabalhadores e 15 escaladores profissionais, transformaram a costa em um espaço escultórico em apenas um mês. Mais de 300 mil metros quadrados de um tecido bege-claro com controle de erosão e 35 quilômetros de corda de polipropileno envolveram pouco mais de 2 kilometros da costa rochosa; a instalação variou de altura a partir do nível do mar até os penhascos com mais de 26 metros e largura entre 45 e 250 metros.

VIDEO: WRAPPED-COAST (1969)



Concluído em 28 de Outubro, a ‘Costa Embrulhada’ permaneceu em exibição por dez semanas antes da área retornar ao seu estado original. Como em todos os seus empreendimentos seguintes, todo o material para a instalação da obra foi reciclado. “Wrapped-Coast” é considerada uma das primeiras obras da chamada Environmental Art, em que o artista tem a preocupação de preservar o ambiente, retirando todo material empregado sem deixar vestígios que possam provocar danos ao meio ambiente.

VALLEY CURTAIN

Entre 1970 e 1972 a dupla realizou em Rifle, no Colorado, seu primeiro projeto monumental na paisagem americana. “Valley Curtain” foi projetado de modo a não conter uma estrutura rigida, era mais dinâmico e mais livre. Uma enorme extensão de nylon poliamida laranja vívido, com mais de 380 metros de extensão, foi instalada entre duas montanhas para criar uma barreira artificial que variava por alturas de 55 a mais de 110 metros.


Durante a primeira tentativa de instalação, em 1971, a cortina foi danificada de forma irreparável pelos ventos. Christo e Jeanne-Claude a recolheram rapidamente: a cortina e suas amarras foram redesenhadas, e os engenheiros monitoraram a velocidade do vento.
A segunda tentativa, executada em 10 de agosto de 1972, foi um sucesso, mas ventos fortes se levantaram de modo imprevisível e exigiu a remoção da cortina, depois de apenas 28 horas.
“Valley Curtain” demonstra, assim, a determinação dos artistas para ver suas idéias através da conclusão do projeto. Isto também capta a essência dos projetos de grande escala: a instalação é de importância vital, embora a duração seja finita; e o projeto realizado permanece na memória dos espectadores.

VIDEO: VALLEY CURTAIN

PARTE 1



PARTE 2



PARTE 3



Quatro anos depois apresentaram "Running Fence", na California, onde utilizaram uma grande barreira de nylon com cerca de cinco metros de altura e trinta e oito quilômetros de extensão. Estas obras foram tema de documentários realizados por Albert e David Maysles.

RUNNING FENCE

‘Running Fence’ de Christo e Jeanne-Claude atravessou os condados de Sonoma e Marin no norte da Califórnia entre 10 e 23 de Setembro de 1976.
Inspirado em parte pela cerca que demarcou a divisão continental no Colorado, a cerca tinha 5,5 metros de altura e seguiu serpenteando por um caminho de 38 kilometros através das pastagens montanhosas em Bodega Bay.


Inicialmente concebido em 1972, ‘Running Fence’ levou mais de quatro anos para ser realizada.
Na sua instalação, os artistas precisaram obter permissão dos dois municípios e de 59 famílias de fazendeiros para o uso da terra. Eles também precisaram apresentar um Relatório de Impacto Ambiental, conforme estipulado pela Comissão Costeira.

VIDEO: RUNNING FENCE



No início de setembro, os artistas trabalham com quase 400 pessoas na instalação dos painéis de tecido de nylon. Esta cerca branca brilhante enfiada através da paisagem era como uma "fita de luz".

SURROUNDED ISLANDS

Em 1983 Christo e Jeanne-Claude ‘embrulharam’ 11 ilhas em Miami, na Flórida (EUA). Desenvolvida entre 1980 e 1983 a obra “Surrounded Islands” contou com a ajuda de 430 pessoas para a sua instalação e emoldurou as ilhas da baía de Biscayne com uma película flutuante de tecido polipropileno cor-de-rosa. A escolha da cor foi para torná-la marcante na paisagem, contrastando com a vegetação tropical das ilhas desabitadas e com o mar. A obra pôde ser admirada por duas semanas.


Utilizando cerca de 2 milhões de metros quadrados de tecido rosa flutuante, Christo e Jeanne-Claude cercaram 11 ilhas na Baía de Biscayne em Miami, ampliando o perímetro de cada ilha em mais de 60 metros.
Um empreendimento elaborado que envolveu legiões de empreiteiros, engenheiros, advogados e costureiras, “Surrounded Islands” também requereu uma ampla consulta com os biólogos marinhos e ornitólogos. Em última análise, o projeto beneficiou seus arredores: a equipe de Christo e Jeanne-Claude removeu 40 toneladas de lixo das ilhas desabitadas.

VIDEO: SURROUNDED ISLANDS



Evocando flores de hibisco e flamingos, o tecido vibrante de polipropileno foi costurado para corresponder aos contornos de cada ilha. Como o desdobramento começou em 4 de maio de 1983, as próprias ilhas pareciam florescer. Os artistas e sua equipe de 430 integrantes cercaram a última ilha três dias depois. Permanecendo em exibição durante duas semanas, o trabalho era visível para o público das calçadas, a terra, da água e do ar.

THE UMBRELLAS

Entre 1984 e 1991 os artistas desenvolveram o projeto “The umbrelas” no Japão e nos U.S.A., instalando três mil e cem estruturas de seis metros de altura e oito metros de diâmetro, azuis e amarelas, espalhadas em uma faixa de quarenta e oito quilômetros de extensão. A intenção era refletir sobre a diversidade do uso do solo em dois lugares distintos: um vale com 19 quilômetros em Ibaraki, ao norte de Hitachiota, no Japão, e outro vale com 29 quilômetros no sul da Califórnia, ao norte de Los Angeles, nos U.S.A.


Instalado simultaneamente em duas culturas separadas e unidas pelo Oceano Pacífico, os guarda-chuvas foram dispostos de acordo com as características do espaço, assim como a escolha das cores. No espaço limitado do vale japonês as estruturas foram dispostas próximas e seguiam a geometria dos campos de arroz. Pela abundância de água a cor escolhida foi o azul vivo. Na vastidão de pastagens não cultivadas da Califórnia, os guarda-chuvas foram dispostos em diversas direções e, por se tratar de uma paisagem seca, optou-se pelo amarelo brilhante.
No entanto, os componentes estruturais foram os mesmos: cada guarda-chuva estava a 6 metros do solo e possuiam 8 metros de diâmetro quando abertos.

VIDEO: THE UMBRELAS



Em 9 de outubro de 1991, cerca de dois mil trabalhadores no Japão e na Califórnia abriram os 3100 guarda-chuvas ao nascer do sol. Enquanto Jeanne-Claude ficou em Ibaraki, Christo voou para o sul da Califórnia, a fim de testemunhar a sincronia do evento em ambos os locais. Representando abrigos temporários contra os elementos, Os Guarda-chuvas permaneceram em exibição em ambos os vales por 18 dias antes da sua retirada simultânea em 27 de outubro.


No Japão, depois de escolher um exuberante vale interior, 75 milhas ao norte de Tóquio, Christo e Jeanne-Claude garantiram a autorização dos 459 proprietários de imóveis (a maioria deles agricultores de arroz) e agências governamentais em 1987 e 1988. O projeto foi agendado para o início do outono, quando a paisagem estaria mais verde após as chuvas de verão. Dos 1340 guarda-chuvas azuis, 90 deles foram instalados no Rio Sato, colocados em intervalos estreitos, por mais de 12 milhas, refletindo a escassez de terras e a densidade populacional.


Nos U.S.A., os artistas selecionaram em um vale no interior da California, 60 milhas ao norte de Los Angeles e se reuniram com os 25 proprietários da região e funcionários do governo, no outono de 1987. Para destacar a imensidade de pastagens não cultivadas, os artistas instalaram 1.760 guarda-chuvas sobre 18 milhas de uma forma mais aberta do que no Japão. O amarelo vibrante dos guarda-sóis foi escolhido para se destacar contra as montanhas marrons no outono seco da Califórnia.

VIDEO: CHRISTO AND JEANNE-CLAUDE – OVERVIEW OF THE WORK



Se a escolha do ambiente natural como objeto de ação aproxima o casal da Land Art, outras intervenções em estruturas arquitetônicas no meio urbano rompem com a natureza como suporte para a obra de arte. Os trabalhos em que embrulhava grandes objetos ou edifícios inteiros tornaram-se os mais famosos e mediáticos da sua carreira.
São exemplo os ‘empacotamentos’ da Pont Neuf, Paris, realizada em 1985, e do Reichstag (Parlamento) em Berlim em 1995.

THE PONT NEUF WRAPPED

Concebido em 1975, o projeto para a Pont-Neuf, a ponte mais antiga de Paris, marca a última proposta de Christo e Jeanne-Claude para embrulhar uma estrutura existente.


Depois de obter a aprovação tanto do prefeito de Paris quanto do presidente da França, os artistas e 300 colaboradores começaram a envolver a ponte em 16 de setembro de 1985, com um tecido em arenito dourado. Com a exceção da faixa de rodagem, toda a superfície foi coberta com cerca de 140 mil metros quadrados de tecido de poliamida. O movimento das dobras do tecido nas cortinas amaciou e transformou a Pont-Neuf, enquanto a corda de propileno cor de terracota acentuou suas proporções.


O resultado lembra uma série de cariátides, ou estatuária clássica drapeadas. Testemunhado por três milhões de visitantes antes de sua remoção em 5 de outubro, o projeto foi considerado o mais escultural entre as obras monumentais de Christo.

WRAPPED REICHSTAG

Em 1971, dez anos depois da construção do Muro de Berlin, Christo and Jeanne-Claude conceberam embrulhar o Reichstag como uma forma de acentuar que, como a antiga sede de uma sociedade democrática, o parlamento alemão tornou-se um símbolo poderoso de uma cidade e país divididos. Mas os artistas, que se reuniram com centenas de oficiais do governo da Alemanha Ocidental e Oriental, não recebeu permissão para envolver a estrutura histórica até 1994, após a reunificação.


O ‘empacotamento’ do Reichstag (Parlamento) em Berlim levou 22 anos para ser aprovado em sessão plenária e causou grande controvérsia com um custo de 15 milhões de marcos. Em 1995, uma estrutura de aço com 200 toneladas foi construída para alterar as proporções do edifício e permitir a instalação dos 328 mil metros quadrados de tecido de polipropileno revestido com aluminio, em cascata, ao longo dos lados da edificação.

VIDEO: WRAPPED REICHSTAG



Entre 17 e 24 de junho daquele ano, os trabalhadores desdobraram o tecido metalizado e o amarraram com cerca de 16 mil metros de corda de polipropileno azul. Envolvido no material prateado o edifício parecia se mover com o vento.
Cinco milhões de visitantes testemunharam esta nova transformação do Reichstag, que permaneceu em exibição até 7 de julho.

VIDEO: WRAPPED REICHSTAG (QUICKMOTION)



Duas características marcam a obra de Christo e Jeanne-Claude: a vontade de encobrir objetos ancorados no imaginário coletivo, imprimindo-lhes uma qualidade irreal, e a utilização de uma ampla gama de escalas, desde pequenos objetos, até setores de paisagem. Nas obras de arte monumentais, planificadas e realizadas conjuntamente pela dupla de artistas, o objetivo é estimular o desenvolvimento de uma nova consciência da realidade e da história. Em 1994 o casal passou a usar, oficialmente, os dois nomes juntos com direitos iguais em suas obras.

THE GATES

Em 22 de janeiro de 2003, o prefeito de Nova York, Michael R. Bloomberg anunciou que a cidade autorizava Christo e Jeanne-Claude a realizarem a instalação “The Gates” (Os Portões) no Central Park. Concebida em 1979, a obra foi inaugurada no dia 12 de fevereiro de 2005 e permaneceu no Central Park por 16 dias. Depois disso, como sempre ocorreu com os trabalhos da dupla, a montagem foi removida e todo o material reciclado.


Os 7.500 pórticos – traves de quase cinco metros de altura e largura variando entre 1,67 e 5,48 metros – percorreram as trilhas do Central Park. Penduradas livremente na trave superior dos portais, cortinas cor de laranja eram suspensas a pouco mais de 2 metros acima do chão. Os portais eram espaçados em intervalos de 3,65 metros, exceto quando a vegetação baixa avançava sobre os percursos.

VIDEO: THE GATES



Para os frequentadores do Central Park, “The Gates” remete a uma longa e estreita cobertura dourada projetando sombras encarnadas. Quando visto a partir dos arranha-céus ao redor do parque, a instalação se assemelha a um rio que aparece e desaparece no meio dos arbustos e das árvores, realçando a forma dos caminhos.


Os custos da concepção e da montagem de todos os projetos ficam sempre a cargo dos próprios artistas que viabilizam as intervenções por meio de uma Fundação administrada por Jeanne-Claude (CVJ- Christo Vladimiroff Javacheff). A dupla arrecada fundos com a venda, a preço de obra de arte, da fase que o artista intitula Fase de Hardware (desenhos, fotografias, mapas, maquetes, etc) preparatórios dos projetos a serem executados posteriormente (Fase de Software). A dupla de artistas não aceita nenhum tipo de subsídios ou patrocínios.




LINK EXTERNO - http://christojeanneclaude.net/index.shtml

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