30 junho 2010
JEAN-MICHEL BASQUIAT
A Fundação Beyeler, na Suíça organiza a maior exposição já feita sobre Jean-Michel Basquiat. Aberta em maio, a exibição segue até setembro no museu mantido pela fundação em um subúrbio da cidade suíça da Basiléia, na fronteira com a França e a Alemanha, para ir depois para o Museu de Arte Moderna de Paris, onde fica até dezembro. Na mostra estão reunidos 86 telas e mais de 60 desenhos, além de 10 esculturas e objetos produzidos pelo artista
VIDEO: SAM KELLER SOBRE JEAN-MICHEL BASQUIAT NA FONDATION BEYELER
Jean-Michel Basquiat, negro, filho de haitiano, criado pobre, mas então já famoso, morreu em agosto de 1988 de overdose. Em oito anos deixou uma obra extensa, raivosa, intensa e, sobretudo crítica. As figuras negras triunfais, o boxeador vitorioso, as imagens de repressão e libertação, anotações sobre a pobreza e palavras tortas anotadas de forma obsessiva muitas vezes pela tela quase toda, são motivos recorrentes. Avesso ao status-quo, revirou o cenário artístico de sua época em um momento em que as galerias começaram a ser invadidas pela arte das ruas.
Com 16 anos, já trabalhando com arte, criou uma persona artística (que depois seria seu projeto SAMO), até ser descoberto, aos 19, pelo mercado de arte nova-iorquino e logo depois por Andy Warhol, que ajudou a elevá-lo à condição de primeiro artista plástico negro reconhecido na cena americana. Desde ali o traço quase infantil e o uso das cores primárias casam-se para sempre com uma mensagem adulta, dura. Isso, diz o curador Dieter Buchhard, revirou e inverteu estereótipos em um momento em que galeristas, colecionadores e até quadros eram plenamente brancos.
É essa "sujeira" criativa e o experimentalismo, que Buchhard conjurou na Fundação Beyeler na mostra mais ampla e objetiva da carreira do pintor. Para produzir a retrospectiva, ele trouxe peças dos EUA e juntou-as com outras que estavam na Europa, onde uma mostra desse porte da obra do pintor era inédita.
Ele, que não conheceu o artista pessoalmente, contatou amigos, conhecidos, galeristas e colecionadores para ouvir sobre seu objeto. Defende que isso confere mais objetividade a uma retrospectiva de um artista cujo carisma afetou a maioria dos que o conheceram.
"Já é hora de fazer isso. Ele morreu há mais de 20 anos."
DOCUMENTÁRIO COMPLETO (legendado): JEAN MICHEL BASQUIAT
Link externo: http://www.beyeler.com/
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