20 novembro 2012

EARTH ART: ROBERT SMITHSON E A SPIRAL JETTY


‘Land Art’ é uma corrente artística iniciada no final da década de 1960, que se utiliza de espaços e recursos naturais para realizar suas obras. Seu ponto de partida está no Movimento Minimalista que surge na década de 1950, apoiado na ideia de que a arte deve existir por si mesma, livrando-se de todo e qualquer subjetivismo que possa vir a lhe impor sentido.

VIDEO: STATE OF THE ARTS - EARTHWORKS DE ROBERT SMITHSON



A ‘Earth Art’ (arte da terra) inaugura uma nova relação do fazer artístico com o ambiente natural, sendo muitas vezes designada, assim como a ‘Environmental Art’ (arte ambiental), uma vertente da ‘Land Art’. Ela utiliza a natureza como suporte e ‘locus’ onde a obra é realizada. Desertos, lagos, canyons, planícies e planaltos se apresentam como espaço físico, onde os artistas realizam intervenções em grande escala e registram seu processo (e resultados) em vídeos ou fotografias (‘earthworks’).

VIDEO: PERCURSO - SPIRAL JETTY



O trabalho de arte é concebido como fruto de relações entre espaço, tempo, luz e campo de visão do observador, e possibilita a produção de novas significações e modos de ver. Para investigar as obras, é preciso que o espectador se insira nelas, percorrendo seus caminhos e passagens. Ver com os pés.


Já o conceito de ‘earthwork’ - que se estabeleceu em 1968 na exposição “Earth Art”, organizada pela Dwan Gallery, em Nova York - tem origem no minimalismo dos anos 1960 a qual se filiam Carl Andre, Dan Flavin e Robert Morris. Atribuída a uma tradição que remonta aos ready-made de Marcel Duchamp, que desafiam os limites da arte, essa vertente minimalista da arte que produz objetos documentais coloca em xeque as distinções arte/não arte, denunciando o sistema institucional de validação dos objetos artísticos. Robert Smithson é o mais importante precursor dessa estratégia vivencial e artística.

ROBERT SMITHSON


Pintor e escultor norte-americano, Robert Smithson (1938 - 1973) é um dos nomes mais relevantes e intrigantes da história da arte do século 20 por explorar diferentes gêneros e mídias. Nascido em Passaic, em Nova Jersey, estudou no ‘Art Students League’ em Nova York. Seus projetos saíram dos museus e das galerias de arte, propondo outro modo de relacionar a arte com o espaço físico no contexto da chamada ‘Earth Art’.

VIDEO: O ESPAÇO EXPOSITIVO POR MARCOS HILL



Mais conhecido por seus ‘earthworks’ e pela atuação em paisagens remotas, Smithson teve sua trajetória marcada pela investigação da linguagem. Desmistificando a distinção entre teoria e prática, e abordando a noção de estética como dimensão do espaço e do tempo, suas ideias de causaram um grande impacto no pensamento artístico contemporâneo.


Na década de 1960 produziu a maior parte de seus trabalhos considerados minimalistas. Voltou-se para a Land Art no final da mesma década. Sua principal obra de Land Art foi Spial Jetty, de 1970, feito no grande lago salgado de Utah.

PRIMEIROS TRABALHOS

As primeiras obras expostas de Robert Smithson foram trabalhos de colagem, influenciados pelo desenho homoerótico, feito com recortes de revistas ‘beefcake’, de ficção científica e do início da Pop Art. Em seguida, até meados da década de 60, executou uma série de pinturas associadas ao movimento do Expressionismo Abstrato, mas depois de um descanso de três anos do mundo da arte, retornou em 1964 inserido no movimento emergente da arte conceitual minimalista.


Em seu novo trabalho, Smithson começou a utilizar folhas de vidro e tubos de iluminação de neon para explorar a refração visual e o espelhamento, particularmente na escultura “Enantiomorphic Chambers”. Estruturas cristalinas e o conceito de entropia tornaram-se um interesse particular para ele.
Nesta época Smithson se associou com artistas identificados com o minimalismo e, em 1966, participou na exposição "Estruturas Primárias", em conjunto com Nancy Holt (com quem se casou), Robert Morris e LeWitt Sol.

MATURIDADE

Em Setembro de 1967, Robert Smithson começou a explorar áreas industriais em torno de Nova Jersey – com uma máquina fotográfica nas mãos iniciou uma viagem por Passaic, sua cidade natal, que havia sido convertida num subúrbio deprimente de Nova Jersey. Ele ficou fascinado pela visão dos caminhões de terraplanagem escavando toneladas de terra e rocha, que depois descreveu em um ensaio como os equivalentes aos monumentos da antiguidade.




As imagens e os textos resultantes desse exercício revelaram a percepção de uma paisagem desolada, mas com grande capacidade de evocação. A viagem de Smithson interpretava assim, esteticamente, as instalações industriais devastadas como ruínas capazes de alcançar a imortalidade do monumento, assumindo aí a memória e a dignidade de uma paisagem industrial esquecida e entrópica.


Na prática artística isto resultou em uma série de trabalhos 'non-site' (earthworks) em que a terra e as rochas coletadas de uma área específica eram instaladas na galeria como esculturas, muitas vezes combinadas com espelhos ou vidro. Os trabalhos que realiza neste período assumem o caráter de topografias ou geologias artificiais e integram frequentemente as qualidades físicas e os acidentes naturais dos lugares onde se inserem, sendo em grande parte realizados para serem observados do ar.


Com o trabalho ‘The Monuments of Passaic’ (1967) inaugurou-se uma nova maneira de entender o pitoresco e a paisagem, desenhando uma mudança substancial na tradição paisagística norte-americana (o Tratado Pitoresco), pois o sentido crítico sobre a desolação visual inspirou Smithson a assumir o potencial simbólico e o significado da grande reificação da natureza (orgânica e cultural). "A única solução - dirá Smithson - é aceitar a situação entrópica e aprender a reincorporar mais ou menos essas coisas que parecem ser feias".


Este foi o primeiro trabalho que abordou diretamente a noção de lugar como processo de desestruturação, relacionado com a erosão e a degradação industrial. Por outro lado, aí nascia a ideia de produzir arte a partir de uma nova espécie de readymade: a terra, enquanto lugar em constante transformação.


A partir de então, rapidamente Smithson confrontou-se com a limitação e saturação criativa, determinadas pelo espaço expositivo tradicional das galerias e buscou transportar a ação e a experiência artísticas para a natureza. Então ele elege territórios remotos como suporte para um trabalho em que emprega exclusivamente materiais naturais, e amplia a dimensão dos objetos para a escala da paisagem, tornando-se um dos principais representantes da ‘Land Art’ nos Estados Unidos.




Em setembro de 1968, Smithson publicou o ensaio "Uma sedimentação da mente: Projetos da Terra", na revista ‘Artforum’, que promoveu o trabalho da primeira onda de artistas da ‘Land Art’. Em seguida começou a produzir obras de ‘Land Art’ para explorar mais fundo, os conceitos adquiridos com suas leituras de William S. Burroughs, JG Ballard, e George Kubler.

VIDEO - ASPHALT RUNDOWN



Em 1969, Smithson realizou “Asphalt Rundown” (Asfalto Derramado), onde descarrega um caminhão de asfalto morro abaixo, em uma área bastante erodida de uma pedreira de cascalho, abandonada nas proximidades de Roma, na Itália.
Enquanto o asfalto fluía morro abaixo, se fundia com a terra, preenchendo as marcas do processo de erosão, chamando a atenção para as conseqüências estéticas causadas por certos tipos de poluição industrial.
Com isso, o artista alterava a percepção estética de algo natural, transformando-os em parte de uma obra artística.


Em 1970, na Kent State University, Smithson criou ‘Partially Buried Woodshed’ (Depósito de Madeira Parcialmente Enterrado) para ilustrar o tempo geológico consumindo a história humana. Também, data desta época sua obra mais famosa, a Spiral Jetty (1970), uma instalação localizada no deserto de Utah.



SPIRAL JETTY

Esta gigantesca intervenção artística se tornou, rapidamente, uma das obras mais representativas do movimento ‘Land Art’, sendo reproduzida em inúmeros livros de arte como uma referência artística internacional.


Localizada no deserto de Utah, a Spiral Jetty foi concebida a partir de materiais extraídos da natureza, como rochas, terra, cristais de sal e a água do próprio lago. Sua construção utilizou cerca de 10.000 toneladas de blocos de basalto negro, que foram movimentados por potentes máquinas.

VIDEO: ROBERT SMITHSON "SPIRAL JETTY EXCERPTS" [1970]



A obra inicia seu desenvolvimento na orla do Grande Lago Salgado e penetrando nele, cria um píer em forma de espiral, que se estende por 460 metros no sentido anti-horário, deixando entre as linhas de pedra um duplo corredor na areia.
A preferência de Smithson por formas básicas com caráter fortemente simbólico encontra-se patente nesta intervenção, que é assumida como um enorme símbolo arcaico (referente às culturas pré-históricas) na vasta paisagem, questionando a relação entre produção cultural e natureza.

VIDEO: VISTA AÉREA DA SPIRAL JETTY



A Land Art adotou a natureza como matéria prima e suporte para obras monumentais. Desta forma garantiu que elas nunca fossem absorvidas por museus e galerias. Entretanto, toda obra de Land Art está fortemente submetida aos agentes climáticos, e seu caráter efêmero é previsto pelos artistas realizadores que desde o início já sabem que a duração do trabalho será limitada.

VIDEO: SPIN AROUND SPIRAL JETTY



Neste sentido, a obra matricial da Land Art, ‘Spiral Jetty’, entra na rota da discussão sob a preservação de obras contemporâneas. O caso é particularmente complicado.
Depois de sua construção ‘Spiral Jetty’ foi coberta pela água e ficou submersa durante cerca de três décadas. Com a seca de 1999 emergiu novamente, se mostrando muito mudada já que os sais da água tinham branquedado a negrura do material e o lodo se acumulado entre as gretas, tornando-a visualmente menos abrupta na superfície. A água do lago pode ficar rosada devido a altas concentrações de β-caroteno na alga verde halófita ‘Dunaliella salina’.




A soma destes acontecimentos acionou o departamento de conservação da DIA Art Foundation - http://www.diaart.org/sites/main/59 - que detém os direitos da obra. A bordo de um balão, uma equipe documentou o estado dela, marcando o início de uma ação para preservar a grande plataforma em espiral que avança sobre as águas. Como e onde intervir é uma questão delicada. O próprio Smithson era bastante permeável a transformações impostas pela natureza. É dele a frase: “Nature does not proceed in a straight line. It is rather a sprawling development. Nature is never finished.”


Então, no mesmo ano – 1999 – a obra acabou por ser reabilitada e teve a sua força expressiva inicial restituída. Mesmo assim, uma constante ameaça vem rondando a Spiral Jetty: a do turismo desavisado, que insiste em carregar pedaços do trabalho como souvenir e, mais recentemente, o projeto de instalação de uma empresa petrolífera na área.


Robert Smithson cominhando com Richard Serra na Spiral Jetty

Localização por satélite da Spiral Jetty de Robert Smithson – http://www.gmapsbrasil.com/mapa/162825/spiral-jetty-by-robert-smithson  

ENSAIOS E RESENHAS

Bem como as obras de arte, Smithson produziu uma boa quantidade de escrita teórica e crítica, incluindo o trabalho em papel “A Heap of Language”, onde procurou mostrar como a escrita pode se tornar uma obra de arte.
Como escritor, Smithson estava interessado em aplicar uma impessoalidade matemática à arte, que ele delineou em ensaios e resenhas para as revista ‘Arts Magazine’ e ‘Artforum’ e, por um período de tempo, ficou mais conhecido como um crítico do que como artista.


Em seu ensaio "Incidents of Mirror-Travel in the Yucatan" Smithson documentou uma série de esculturas temporárias, feitas com espelhos, em locações específicas - como o entorno da península de Yucatán.
Parte registro de viajem, parte ruminação crítica, o artigo destacava a preocupação de Smithson com a temporalidade como a pedra angular de seu trabalho. Este interesse é explorado em seus escritos, em parte, através da recuperação das idéias de ‘pitoresco’.



‘SITES’ E ‘NON-SITES’
Outros escritos teóricos de Smithson exploram a relação de uma obra de arte com o ambiente, a partir do qual ele desenvolveu seu conceito de ‘site’ e ‘non-site’, onde o ‘site’ seria um trabalho localizado num local específico – um terreno ao ar livre, e o ‘non-site’ seria um trabalho que pode ser exibido em qualquer espaço adequado - uma galeria de arte ou um museu.


A Spiral Jetty é um exemplo de trabalho em ‘site’, enquanto suas obras ‘non-site’ se constituíam de fotografias de uma locação em particular, muitas vezes expostos ao lado de alguns materiais (tais como pedras ou solo) removidas a partir desse local.
As viagens que ele empreendeu foram fundamentais para sua prática como um artista, e suas esculturas ‘non-site’ (earthworks) muitas vezes incluíam mapas e fotos aéreas de uma determinada locação, bem como os artefatos geológicos deslocadas a partir desses terrenos.

CENTRAL PARK

Alguns dos escritos tardios de Smithson recuperaram as concepções de arquitetura da paisagem dos séculos 18 e 19, que exploravam a terraplenagem, e que caracterizaram seu trabalho posterior.
Seu ensaio "Frederick Law Olmsted and the Dialectical Landscape" foi escrito em 1973, depois de Smithson visitar a exposição “Frederick Law Olmsted’s New York”. Curada por Elizabeth Barlow Rogers no Whitney Museum, a mostra exibia os projetos e a documentação para a criação do Central Park no final do século 19. Ali Smithson enxergou o contexto cultural e temporal para a criação do projeto.


Ao analisar as fotografias da terra retirada para se tornar Central Park, Smithson viu a paisagem árida que havia sido degradada por seres humanos antes de Olmsted ter construído a paisagem "naturalista" do complexo, e que era visceralmente aparente para os nova-iorquinos na década de 1970.
Smithson estava interessado em desafiar a concepção predominante do Central Park, como uma estética ‘pitoresca’ do século 19, como uma arquitetura da paisagem desatualizada e estática dentro de um tecido urbano em constante evolução, como o da cidade de Nova York.


Ao estudar os escritos do século 18 e 19 dos escritores do’ Tratado Pitoresco’ - Gilpin, Price, Knight e Whately -, Smithson recuperou questões de especificidade local e da intervenção humana como camadas da dialética da paisagem, multiplicidade experiencial, e do valor das deformações manifestas na paisagem ‘pitoresca’.
Para Smithson, um parque existe como "um processo de relações permanentes existentes em uma região física". Ele estava interessado no Central Park como uma paisagem que tinha resistido e crescido como criação de Olmsted, mas com novas camadas de evidências da intervenção humana.


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Enquanto Smithson não encontrou "beleza" na evidência de abuso e negligência, ele fez ver o estado das coisas como o demonstrativo da continua transformação das relações entre o homem e a paisagem. Em sua proposta do fazer artístico, Smithson procura se inserir na evolução dinâmica do parque e se interessa particularmente pela noção de deformidades dentro do espectro da dinâmica de relações anti-estéticas, presente na paisagem pitoresca.
Ele afirmou, "os melhores terrenos para a ‘arte da terra’ são as áreas que têm sido corrompidas pela indústria, urbanização imprudente, ou devastação da própria natureza."


Enquanto as interpretações formais de pastoral e de sublime, no início do século 18, considerava a deformação do solo como uma "ferida no chão" que deveria ser suavizada e retornar a um contorno estético mais agradável, para Smithson importava mais a cicatriz temporal, trabalhada pela intervenção natural ou humana.
Revisitando os tratados do ‘Pitoresco’, que Olmsted interpretou em sua prática, Smithson expôs o viés de uma lógica anti-estética, anti-formalista e um quadro teórico do ‘Pitoresco’ que abordava a dialética entre a paisagem física e seu contexto temporal.

VIDEO: CENTRAL PARK VIDEO TOUR



Reinterpretando e revalorizando estes tratados, Smithson foi capaz de ampliar o contexto temporal e intelectual ao seu próprio trabalho, e oferecer um significado renovado para o Central Park como uma importante obra de arte moderna e de arquitetura da paisagem.

ÚLTIMOS TRABALHOS


Depois de ‘Spiral Jetty’, Robert Smithson executou outros trabalhos, com caráter e preocupações estéticas semelhantes. Em 1971 ele criou ‘Broken circle/Spiral Hill’ para a exposição no festival de arte Sonsbeek'71, realizado num território próximo da povoação de Emmen, na Holanda. O tema da exposição foi ‘Além da Lei e da Ordem’ (Beyond Lawn and Order’/ em Holandês: Buiten de perken).

VIDEO: BROKEN CIRCLE/SPIRAL HILL (em holandês)



Em 20 de julho de 1973 Smithson morreu em Amarillo, no Texas, em consequência dum desastre aéreo, enquanto inspecionava "Amarillo Ramp", o seu último trabalho. Apesar de sua morte prematura, e a relativa sobrevivência de poucas grandes obras, Smithson tem sido uma referência entre os muitos artistas contemporâneos.

Nos últimos anos, Tacita Dean, Sam Durant, Lee Ranaldo, Vik Muniz, Mike Nelson e a Bruce High Quality Foundation, homenagearam suas obras.




02 novembro 2012

TRANSPORTE SUSTENTÁVEL: LIT C1 = CARRO + MOTO


A empresa californiana Lit Motors quer revolucionar o mercado dos transportes sustentáveis, a partir de 2014, quando deve lançar o Lit C1 (Concept 1) - um protótipo 100% elétrico que mescla características de moto e carro - combinando o tamanho de uma motocicleta com a segurança e o conforto de um automóvel.
Com o lançamento, a empresa pretende minimizar os efeitos da falta de espaço e segurança das grandes cidades, assim como contribuir para a redução dos níveis de poluição no planeta.


O modelo de duas rodas, com tração integral, é com¬ple¬ta¬mente fechado, pos¬sui um meca¬nismo de equi¬lí¬brio em que o con¬du¬tor não colo¬ca os pés no chão, e incorpora uma série de itens de segurança e conectividade. Tudo isto resulta em um veículo prático como uma sco¬o¬ter e seguro como um carro, que parece ser uma das solu¬ções para o futuro.


Segundo a fabricante, um dos grandes destaques do Lit C1 é um incrível sistema de estabilidade que aumenta a segurança, evitando que o veículo tombe. O motociclo é estabilizado através de um sistema de giroscópio computorizado, do mesmo tipo utilizado no telescópio espacial Hubble.

FUTURE360.TV: LIT MOTORS C1



Em função de dois discos estabilizadores o veículo permanece na posição vertical mesmo parado, sem qualquer tipo de apoio. Na parte inferior do quadro são instalados dois “volantes” grandes, que quando colocados em rotação - produzindo cerca de 1760 Nw/m de torque - mantêm o veículo sempre equilibrado. A centralina do C-1 considera fatores como o ângulo de viragem e outros parâmetros para alinhar esses discos e manter o equilíbrio.


Além disso, o Lit C1 é movido por dois motores elétricos de 40 Kw cada, instalados nos próprios cubos das rodas, que desempenham a função de propulsão e regeneração, levando o C1 alcançar a velocidade máxima de 200 Km/h e uma autonomia em estrada que pode chegar aos 320 Km.


O design não poupa a utilização de vidros, uma vez que se pretende uma ampla visibilidade para as manobras no trânsito. O formato de casulo é projetado para otimizar o funcionamento do giroscópio e ampliar as condições do nível de segurança: os painéis laterais reforçados deverão ser capazes de lidar com um impacto lateral de outro veículo. Uma das particularidades do C1 é a iluminação dos motores eléctricos que fazem este veículo mover-se.

BBC: A MOTORCYCLE THAT CAN CHANGE THE INDUSTRY



A Lit Motors dispensou uma atenção especial para o conforto, projetando espaço em abundância para duas pessoas. Outro ponto interessante é a possibilidade de conexão por Internet através de smartphones, fazendo com que seja possível "dialogar" com o veículo à distância.




A empresa intitula o C1 de “smartphone rolante estabilizado por giroscópios”, devido à sua conexão com a rede, que disponibiliza dentro do veículo informações como mapas, trânsito, caminhos alternativos e meteorologia.


O resultado é um veículo com estilo e eficiente, com um preço interessante. Em entrevista ao site AutoblogGreen, Daniel Kim - CEO da Lit Motors afirmou que se a empresa produzir cerca de 10000 unidades, o veículo poderia custar 16.000 dólares.

LOS ANGELES TIMES: LIT MOTORS' C-1: A 2-WHEEL CAR? OR UNTIPPABLE MOTORCYCLE?



SEGWAY

Um veículo de duas rodas que consegue equilibrar-se sozinho já foi conseguido com o Segway, apresentado nos Estados Unidos no final de 2001. O Segway é um meio de transporte pessoal com duas rodas paralelas, inventado pelo americano Dean Kamen.

HOW DOES A SEGWAY WORK?



Sua tecnologia consiste numa rede inteligente de sensores, micro-giroscópios e acelerômetros que analisam o terreno e a posição do condutor, permitindo o auto-equilíbrio e o deslocamento.
Mas o Lit C1 é diferente no formato. Tem uma disposição de rodas faz lembrar uma moto e a estrutura fechada como um carro.