17 abril 2017

AMERICAN CLASSIC DESIGN: MID-CENTURY MODERN – GOOGIE – Space Age Architecture of the 1950s

Um ramo do movimento Mid-century Modern, atualmente é reconhecido por estudiosos e museus no mundo todo, como um movimento de design significativo. O “Googie” é um estilo arquitetônico moderno (aliás, ultramoderno), construído em cima do exagero, que ajuda a entender o futurismo americano pós-Segunda Guerra Mundial.


Lax “Theme Building”

Como os EUA olhavam para o futuro e aceitaram o desafio de andar na lua, foram realizados avanços tecnológicos utilizando as pesquisas da NASA e inovações de inspiração militar. Novas tecnologias e conceitos introduzidos com o nascimento das eras espacial e atômica resultaram em um fascínio com foguetes, energia e movimento.

VÍDEO: LANDING ON THE MOON - JULY 20, 1969



Esta nova atitude na arquitetura enfatizou novas formas de construção e a aplicação de tecnologias de ponta sobre os tipos de construções tradicionais. Muitas vezes identificado por “starbursts” (explosão de estrelas), o uso corajoso de linhas com formas orgânicas inspiradas no “space age” (era espacial) este estilo continuou até a década de 1960.


Space Needle

No mundo do design de arquitetura e interiores, isto significou uma profunda utilização de novos produtos como laminados, metal e plásticos. Compensados e polímeros eram moldados em peças de mobiliário esculturais enquanto designers buscavam levar a estética do design ‘high-end’ (de alta qualidade) para as massas.

VÍDEO: SPACE AGE ARCHITECTURE



O estilo Googie foi dirigido às massas para fins comerciais e expressou uma visão otimista do futuro. Suas características incluem recortes e formas abstratas ímpares. Bumerangues, átomos, parábolas e divisórias vazadas, para citar alguns. Todas essas influências, aliadas ao senso de humor, diversão e fantasia, se combinaram para a criação dos elementos de design Googie.

VÍDEO - INDUSTRIAL DESIGN: "AMERICAN LOOK" 1958 GENERAL MOTORS POPULUXE CLASSIC FILM



O vídeo "American Look", feito em 1958, fala sobre design e arquitetura Googie. Reflete acerca do otimismo e do orgulho do povo americano naquela época. Nele a estética Googie é referida como um movimento puramente americano.



A exitação com o fim da guerra também deu origem ao conceito de entretenimento motorizado. Cantores de músicas populares dos meados do século, como Nat King Cole, incentivavam os americanos a explorar o Oeste pelas rodovias, especialmente a Route 66. Neste sentido, cinemas drive-in, lanchonetes com patinação e motéis de beira de estrada, surgiam por todo oeste americano, lançando as bases para a cultura do carro - Car Culture – nos E.U.A.


Streamline Moderne: Hechts Warehouse, Washington, DC, 1937

A arquitetura “Googie” foi desenvolvida a partir da arquitetura futurista de 1930, o “Streamline Moderne” (http://noholodeck.blogspot.com.br/2013/04/american-streamlined-design.html), extendendo e reinterpretando os temas tecnológicos para as novas condições da década de 1950. Enquanto a arquitetura de 1930 era relativamente simples, o Googie abraçou opulência.

VÍDEO - STREAMLINE MODERNE



Este estilo surgiu no Sul da Califórnia durante o final da década de 1940 e foi popular em toda a década de 1950 e no início dos anos 1960. Aquele tempo era o auge do ‘Século Americano’, e outros nomes para o design "Googie" incluem: Populuxe, Doo-Wop, Coffee Shop Modern, Jet Age, Space Age e Chinese Modern.

VÍDEO: GOOGIE ARCHITECTURE IN LOS ANGELES – Parte 1



VÍDEO: GOOGIE ARCHITECTURE IN LOS ANGELES – Parte 2



Ainda, em alguns casos, o estilo Googie tem sido agrupado com sua prima, a arquitetura Tiki, inspirada nos Mares do Sul (O interesse em motivos do Pacífico Sul foi parcialmente resultado dos militares da II Guerra Mundial retornando de incursões naquela região).

VÍDEO: TIKI DOCUMENTAR - THE AIR-CONDITIONED EDEN



Sua arquitetura e design foi arte e contou uma história. A história do homem que deixou as cavernas através do trabalho duro e do talento, e construiu um mundo moderno incrível. Amanhã ele vai conquistar todos os problemas remanescentes e colonizar o resto da galáxia, sem nunca perder o contato com o mundo natural e suas nobres raízes.

ORIGEM

O arquiteto John Lautner foi quem deu origem ao estilo que iria ser refinado e reinterpretado por muitos outros. Usando seu estilo inovador, criou o “look” futurista da era espacial, que o tornou tão famoso. Em 1949, Lautner aplicou seus princípios de design para um café chamado "Googies", na esquina da Sunset Boulevard com a Crescent Heights, em Los Angeles.


Café Googie’s de 1949

Sem querer, ele também deu um nome ao estilo: Douglas Haskell, professor da Yale, dirigia por Los Angeles quando ele e o fotógrafo de arquitetura Julius Shulman deram de cara com o Café “Googies”. Enquanto Haskell estava em dúvida sobre o estilo, ele cunhou o termo “Arquitetura Googie" empregando-o em um artigo de 1952 na revista “House and Home”.

VÍDEO: VICTOR NEWLOVE ON GOOGIE ARCHITECTURE (Modern Architecture in Los Angeles)



A CULTURA DO CARRO E A SUBURBANIZAÇÃO NA AMÉRICA

Em Los Angeles, onde começou o Googie, os anos 1930 trouxeram um grande fluxo de indústrias de automóvel e serviços. Assim, os aspectos do design do Googie foram fortemente influenciados pela nova ‘cultura do carro’ (car culture) da América. A exitação com o fim da guerra e uma concepção de marketing para o lazer da classe média deram origem ao conceito de entretenimento motorizado, lançando as bases para o surgimento dos empreendimentos de beira de estrada, por todo os EUA.

VÍDEO: 1950s CAR CULTURE



Possuir um carro significava liberdade para a velha idéia de um "centro da cidade" e os subúrbios de LA se alastravam em todas as direções. O Estado da Califórnia não cobrava pedágio nas estradas e incentivou o comércio encarregado de operar nas paradas designadas para o descanso. Nos anos 1950’s todos possuiam pelo menos um carro e as tarefas do dia a dia já podiam espalhar-se para os subúrbios, onde centros de negócios foram se intercalando com as zonas residenciais.

VÍDEO: IN THE SUBURBS - 1957- AMERICAN SOCIETY EDUCATIONAL DOCUMENTARY



Com tantos empreendimentos surgindo ao longo das estradas da América no início dos anos 1950, um após o outro, se tornou inevitável os empresários chamarem a atenção dos motoristas que passavam em alta velocidade. A necessidade de um perfil diferenciado era especialmente intensa e eles precisaram se destacar.

VÍDEO: HD HISTORIC STOCK FOOTAGE 1950S SUPERMARKET AND SHOPPING CENTER



Ousada, aparecendo pela primeira vez em edifícios comerciais, usada principalmente na concepção de restaurantes, cafés, motéis, postos de gasolina e pistas de boliche, as edificações eram essencialmente cartazes arquitetônicos de propaganda do negócio para veículos na estrada. Ao mesmo tempo, escolas, igrejas, centros comerciais e terminais aéreos, trilhavam o mesmo caminho.

VÍDEO - VICTOR NEWLOVE ON L.A. CAR CULTURE (Modern Architecture in Los Angeles)



Usando um estilo distinto, silhuetas de alta energia, grandes torres com sinais elevados, letras em néon e estacionamentos circulares, a arquitetura Googie era projetada para atrair o olhar dos clientes, chamando-os para o acostamento. Drive-ins tinham avançado no design arquitetônico orientado para os carros.

VÍDEO - 1950’s MODERNIST CAFE RESTAURANT ARCHITECTURE MID CENTURY



Refletindo as idéias da ‘Era Espacial’ (Space Age) de alta tecnologia e suas aeronaves, a arquitetura suburbana do Mid-century Modern inspirou um estilo de edificação comercial que descrevia o futurístico, também feita com vidro e aço, mas deliberadamente chamativa para o consumidor de fantasia.



Os edifícios Googie à beira da estrada deram às pessoas dirigindo em Los Angeles a sensação de que esta era, de fato, uma nova era, e que o futuro de tecnologia benevolente e a prosperidade, há muito prometida, finalmente havia chegado para melhorar a vida de todos.



Possuir uma sede no estilo Googie simbolizava que a empresa era atual, e isso se traduzia em tráfego e atenção dos clientes. Os famosos McDonalds, dos anos 1950 e 60, adotaram o estilo Googie. A assinatura em arcos que caracterizava o fast-food poderia dizer muito sobre o empreendimento. A logomarca, inspirada na arquitetura Googie, ainda se mantém forte como um ícone da época.


McDonalds drive in

O Wich Stand drive-in/restaurant foi um exemplo clássico, se não uma obra-prima, deste estilo de arquitetura de Cafés. Desenhado por Armet e Davis em 1958, a empresa que disse ter "definido a arquitetura Googie dos anos 50", também projetou o Pann’s, o primeiro Norms Restaurant, o Holiday Bowl e muitos outros locais emblemáticos.

DESIGN

Em alguns aspectos, a arquitetura e o design do “Space Age”, ou Googie, confundia a linha diviória entre a fantasia e o mundo real. O cartoon de “Os Jetsons” da Hanna Barbera mostrava o futuro com elementos e arquitetura amplamente inspirada no estilo Googie. Havia muito Googie em todos os filmes e os designers de produção em Hollywood influenciaram os arquitetos comerciais da época e vice-versa.

VÍDEO: THE 20TH CENTURY (PART 6 1950-1959) “THE ATOMIC AGE”



Esse fetiche tecnológico levou a população americana a vislumbrar o futuro como um lugar idealizado, onde o trabalho físico seria praticamente abolido, e onde a alta tecnologia era concedida em abundância, sem consequências adversas.


The Chemosphere Residence - Architect John Lautner

A ficção científica das histórias em quadrinho foram influências importantes no design de automóveis Googie, que às vezes incorporavam cúpulas de acrílico e formas fálicas aerodinâmicas que sugeriam foguetes, ou, pelo menos, o vôo supersônico. O Googie era carregado de frisos cromados e ‘rabo de peixe’ dos anos cinqüenta e início dos anos sessenta. Os carros pareciam jatos ultrapassando foguetes, discos voadores e deuses Tiki em seu caminho para casa.

VÍDEO: MODERN MARVELS - CONCEPT CARS OF THE 1950'S, HISTORY TV



Além de carros e programas de televisão, os sobreviventes da época lembravam, dia-a-dia, as influências do estilo Googie em suas vidas - sinais, menus, roupas, padrões de fórmica em formato de bumerangue.

VÍDEO: MID - CENTURY COCKTAIL



Isso inspirou os designers da época a criarem objetos que combinassem com esse estilo, utilizando o plástico como matéria-prima principal, formas ovais, redondas e os famosos pés palitos marcantes nos anos 50. O milagre dos plásticos no pós-guerra permitiu o Googie a ondular e escorrer.



O mobiliário muitas vezes incorporava as formas reconhecíveis do boomerang ou a curva parabólica; formas quadradas foram evitadas pelos designers Googie em favor de ângulos agudos e curvas. Simplesmente, havia uma série de coisas ao redor. Móveis, bancadas de fórmica, carpetes, todos foram feitos com motivos que se encaixam com o estilo popular.

DOCUMENTÁRIO: 1950'S AUTOMOTIVE, INDUSTRIAL, INTERIOR AND ARCHITECTURAL DESIGN THE AMERICAN LOOK



Os interiores podiam ser quase inteiramente revestidos de material sintético, com ênfase no vidro, espelho, fórmica, tubos cromados, e assentos cobertos de vinil; a iluminação moderna pendia com luminárias cromadas e vazadas.

A arquitetura Googie incorporou formas foram orgânicas, mas ao mesmo tempo, geométricas. A principal ênfase foi colocada no olhar futurista, inspirado na era espacial (space age). Formas predominantes incluíam o bumerangue (muitas vezes utilizados em sinalização, gráficos, e particularmente na cobertura de edificações), formatos circulares abstratos (starburst) ou elementos gráficos ornamentais (dingbat), o Sputnik, a ameba, o rim, o modelo atômico, e o disco voador.


Volcano House, Mojave, California

Os avanços tecnológicos ofereciam novos materiais dinâmicos que tornavam possível a aparência Googie. Estes materiais incluíam tijolo de vidro, grandes folhas de vidro, amianto, madeira e plástico. Os arquitetos procuravam transmitir um senso de tensão e atração, conseguida pelo uso ousado de cantiléver (suspensão em balanço), telhados inclinados e o aparente desafio à gravidade; os edifícios pareciam estar voando, ou flutuando.


The Chemosphere Residence - Architect John Lautner

O aço foi utilizado como um elemento adicionado exclusivamente para o design, além da sua utilização como suporte. Também, o aço permitia projetos que pareciam desafiar a gravidade de algum modo, mesmo em projetos de construção típicos.


Doumar's drive-in restaurant Fort Lauderdale, Florida

A localização não era mais uma limitação. Agora as casas podiam ser construídas em encostas. O Googie pode ter aparecido pela primeira vez em edifícios comerciais, mas também foi utilizado na arquitetura de residências.


Garcia House, Los Angeles, CA, USA (1962) Architect John Lautner

Uma relação permanente do homem com a natureza foi expressa no uso comum de pedras - verdadeiras ou falsas (flagcrete) - em muros e paredes, paisagismo exuberante, jardins interiores e grandes janelas de vidro que quebrou a barreira entre o interior e o exterior. No mundo da Googie, não é incomum ver construções com uma parede de pedra, três paredes de vidro e palmeiras crescendo para cima através de um recorte em forma de um teto inclinado.



O Googie, com seus extremos, qualidades metafóricas e humor, sempre foi difícil de categorizar. Isso pode ter sido em parte porque "os arquitetos sérios" tinham dificuldade de considerar o estilo, enquanto as massas pareciam amá-la. Infelizmente, o termo logo passou a ser uma ofensa "grave" em círculos arquitetônicos.

ELEMENTOS DO GOOGIE

Vários designers e arquitetos representam o tema do futuro utópico do homem de muitas maneiras. Como obscenidade, o Googie é difícil de definir, mas sabemos quando o vemos. Alguns dos elementos mais comuns incluem os seguintes:

TELHADOS INCLINADOS (UPSWEPT ROOFS) - Isso era comum, especialmente nos protótipos da arquitetura Googie: as cafeterias. Um telhado inclinado permitia grandes janelas de vidro na frente. Às vezes, esses telhados também incorporavam a forma de bumerangue. De qualquer modo, ele fazia os edifícios paracer que estavam prestes a decolar e voar. Variações sobre este estilo incluiu os telhados parabólicos dos primeiros Bob's Big Boy restaurants, projetados por Armet e Davis.


Eero Saarinen’s Dulles Airport

GRANDES CÚPULAS (LARGE DOMES) - Muitas vezes feita de concreto esta era uma forma exótica, possível graças aos avanços na tecnologia de construção. Evoca as estações espaciais, o ambiente controlado e cidades extraterrestres que apareciam nas capas dos livros e revistas de ficção científica. Algumas cúpulas lembram bolhas e discos voadores. Exemplos incluem o Anaheim Convention Center, o Cinerama Dome, e até mesmo a cobertura de vidro do protótipo Pontiac Firebird 1956.


Eero Saarinen’s Design Dome no centro técnico da General Motors em Warren, Michigan

GRANDES JANELAS COM FOLHAS DE VIDRO (LARGE SHEET GLASS WINDOWS) – Estas serviam a vários propósitos. Primeiro, um vidro frontal na altura do próprio edifício trouxe o lado de dentro para o campo de visão dos motoristas. Isso foi importante, quando o carro era um elemento-chave do comércio. Além disso, as grandes janelas trouxeram o lado de fora para dentro, criando uma atmosfera mais ensolarada e brilhante no interior. Muitas vezes, o uso da chapa de vidro apoiada em estruturas finas e resistentes, feitas de aço, faziam os telhados parecem flutuar.


Beryl Berry Agency designed by Lewis E. Wilson - Los Angeles, 1951

FORMAS DE BUMERANGUE (BOOMERANG SHAPES) - Esta forma apareceu em quase todos os modos do design na década de 1950, e a arquitetura não foi exceção. Ela apareceu em arcos, sinalização de estradas, piscinas e mosaicos. Fora a arquitetura, a forma foi ecoada em cadeiras butterfly (borboleta), padrões de fórmica, logotipos corporativos e estampas têxteis. A origem do bumerangue como um símbolo da era espacial é um pouco vago, mas pode estar relacionada com as aeronaves "flying wing", a arte expressionista de Paul Klee e Joan Miró, ou simplesmente a idéia de uma forma de seta apontando o caminho para o progresso.


Boomerang Shapes

FORMAS DE AMEBA (AMOEBAE SHAPES) - Irmã do bumerangue (muitas vezes chamado em forma de rim), formas amebóides foram bolhas amorfas que apareceram em muitos lugares, incluindo as sinalizações de estrada, móveis e edificações. Alguns sugerem que essas manchas foram antecessoras do bumerangue. Alguns também têm especulado que este elemento de design veio dos padrões de camuflagem da II Guerra Mundial.


Ameba Shapes

MODELOS ATÔMICOS (ATOMIC MODELS) - Este elemento de design apareceu em tudo, desde a sinalização de trânsito, até os padrões de louças e eletrodomésticos. Os anéis entrelaçados do modelo atômico eram um símbolo do engenho científico do homem e representava o poder ilimitado que tornaria possível a nossa utopia do futuro. Ele também simbolizou um modelo (impreciso) do sistema solar.


Atomic Models

FORMAS CIRCULARES PSICODÉLICAS (STARBURST) - um elemento de design ainda mais onipresente do que o modelo atômico, o starburst tomou muitas formas. Assim como o modelo atômico teve sua estrutura interior abreviada para os cientistas que o exploravam, starbursts simbolizavam o espaço a ser explorado pelos astronautas. Também implicava superfícies limpas e brilhantes.


Starburst

VIGAS DE AÇO EXPOSTAS - Estas eram geralmente mais relacionadas com a aparência do que com a função, mas podia servir a ambos os fins. Vigas de aço pintado muitas vezes tinham furos geométricos recortados em si, como duplo propósito de torná-las mais leves e aumentar a sua semelhança visual com as estruturas de suporte para lançamento foguetes.


Vigas de aço expostas

FORMAS DE DISCO VOADOR - Mais uma vez, este motivo foi retirado dos filmes e capas de livros de ficção científica e revistas. O Space Needle em Seattle, Washington é um excelente exemplo.


Space Needle Seattle

GRANDES ESTRUTURAS

Los Angeles era uma cidade moderna na década de 1950. As oportunidades do boom do pós-guerra permitiu que os arquitetos como John Lautner e Richard Neutra surfassem em uma nova fase do Modernismo.

VÍDEO - REINER-BURCHILL RESIDENCE ("Silvertop", 1956) de John Lautner

Silvertop from Mark Bement on Vimeo.

A exploração otimista de materiais e estruturas para a nova era continuou. Mas, as obras mais amplamente divulgadas - como a casa Reiner-Burchill ("Silvertop", 1956) de John Lautner, ou a série de casas para estudo de caso (Case Study houses) patrocinado pela revista de “Arts and Architecture”, ou outros edifícios artísticos - eram apenas uma fração da arquitetura que ocupavam os diversos trechos ao longo das pistas.

VÍDEO - CASE STUDY HOUSE #22



Lautner combinava engenharia arrojada com sensibilidade espacial dramática e explorou, em profundidade, as possibilidades esculturais do concreto armado, monolítico, em grandes coberturas de concreto arqueado e rampas curvas de concreto ao redor da construção.


John Lautner's Arango residence


John Lautner's Hope residence


John Lautner's Goldstein residence

Ao final dos anos 1950 o Googie tornou-se tão bem aceito que os principais arquitetos modernos, como Eero Saarinen (TWA Flight Center) e James Langenheim (The Theme Building - LAX) incorporaram elementos do estilo em seu próprio trabalho "legítimo".

VÍDEO: TWA Eero Saarinen Flight Center



A escola, mais tarde, se tornou amplamente conhecida como parte do estilo moderno de meados do século, e alguns dos mais notáveis variações representam os elementos da estética populuxe, como TWA Eero Saarinen Flight Center.










TWA Flight Center

Especialmente no oeste dos EUA, as pessoas queriam edifícios futuristas e os arquitetos fizeram uma série de igrejas, edifícios universitários, cassinos, pavilhões de feiras mundiais e residencias no estilo Googie.


Anaheim Convention Center


Unisphere para a Feira Mundial de Nova York, 1964


Las Vegas Convention Center


St. Louis Gateway Arch

As grandes estruturas, muitas vezes incorporavam cúpulas enormes, telhados arremessados, pavilhões flutuando como discos voadores, ou traçados decorativos sugerindo estruturas atômicas, jato ou viagens interestelares.

THE SEATTLE SPACE NEEDLE



O edifício público mais representativo da influência Googie é o Space Needle em Seattle, Washington, construído em 1962 para a Feira Mundial "Century 21". Ele se parece com um disco voador posicionado no alto de uma torre, pronto para decolar em direção ao espaço sideral a qualquer momento.

VIDEO - SEATTLE WORLD'S FAIR - CENTURY 21 CALLING - 1962



O arquiteto do projeto foi John Graham, mas recebeu uma importante contribuição do promotor da Feira, Victor Steinbrueck, que intuiu como os três pares de pernas finas poderiam se unir para formar uma coluna esguia, para apoiar graciosamente o módulo no formato de "disco voador" no topo. A forma de disco voador da torre foi inspirada na exploração espacial - uma fonte muito apropriada à enfase da feira, sobre a ciência e a descoberta.

VÍDEO – THE SPACE NEEDLE STORY



Este não foi o único exemplo para a arquitetura americana na época, mas poucas estruturas capturaram o dinamismo e a essência Googie com mais sucesso do que o Space Needle.

LOS ANGELES INTERNATIONAL AIRPORT - LAX "Theme Building"


LAX ‘Theme Building’

O Aeroporto Internacional de Los Angeles (Jetport) foi construído na década de 1950 e na época era um dos maiores aeroportos da América. Primeiro ele foi pensado para ser ainda maior - uma antecipação da "jet age” (era do jato) com muitos terminais e os edifícios conectados por meio de um edifício enorme com cúpula de aço e vidro - mas o plano foi considerado irrealista e desmantelado.


LAX ‘Theme Building’

Mesmo assim, o famoso marco LAX "Theme Building" (edifício temático) foi construído. Ele foi projetado pelo escritório de arquitetura Pereira & Luckman que o fez se assemelhar a um OVNI que havia pousado no meio do estacionamento.

VÍDEO - LAX ICONIC 'THEME BUILDING'



O edifício de estilo Googie foi apresentado ao público no dia 19 de outubro de 1962, numa publicação da revista Life - uma edição especial dedicada especialmente ao fascínio dos americanos com os meados do século americanos na Califórnia. O prédio ainda está lá hoje, e o seu design atrai o olhar de qualquer pessoa interessada pelo design futurista retro.


LAX ‘Theme Building’

LAS VEGAS

A Las Vegas dos anos de 1950 pode ser considerada um dos primeiros experimentos de larga escala na arquitetura Googie. Notoriamente a torre que sinaliza "Las Vegas" encarna o estilo futurista. Com a assinatura starburst e cores fortes como as principais características, o sinal serviria como um roteiro simples a ser seguido pelos arquitetos Googie.



O sinal de "Welcome to Las Vegas" foi executado em um estilo glorioso. Flechas, bumerangues e starbursts foram elementos típicos sinais Googie. Formas geométricas e caixas emparelhadas com letras multicoloridas eram comuns, assim como o uso de muito neon em cores brilhantes e vistosas.


Las Vegas Every-Day Architecture, Unknown (original c.1966)

O estilo Googie se encaixa perfeitamente com a persona Las Vegas. Ambos eram sobre o mistificar e surpreender o espectador e, na maioria dos casos, conseguiram. As luzes brilhantes da sinalização remetiam a outro mundo, com uma arquitetura semelhante à dos Os Jetsons.



As chapas em cantilever (suspensas) pareciam desafiar a gravidade, enquanto a estética dos arcos e dos ângulos fazia o espectador olhar admirado. Esta esquisitice, brilhando como um oásis no deserto, promoveu a imagem de Las Vegas com um estilo igualmente estranho.



NO BRASIL

Aqui no Brasil, temos como exemplo da estética ‘Space Age’ as obras do arquiteto Oscar Niemeyer. Brasília pode ser considerada uma cidade totalmente Googie.


Palácio da Alvorada - arquiteto Oscar Niemeyer

O FIM DE UM SONHO

Googie foi sobre o passado, o presente e o futuro - mas principalmente o futuro. Fazia parte da cultura popular, o que reforçou uma visão unificada de um futuro utópico construído sobre o trabalho da humanidade e ingenuidade.


Presidente Kennedy e a guerra do Vietnã

Esse estilo entrou em extinção quando uma sucessão de fatos históricos derrubou a moral americana e os sonhos dourados da América como o assassinato do presidente Kennedy e a guerra do Vietnã. Veja tudo aqui – (http://www.theatlantic.com/photo/2011/10/50-years-ago-the-world-in-1961/100172/)
Até hoje, quando se fala no design dos anos 50 é o estilo Googie que ficou marcado dessa época.

AMERICAN CLASSIC DESIGN: MID-CENTURY MODERN – International Style Architecture of the 1950s

"O modernismo não é um estilo, mas uma atitude", afirmou Marcel Breuer, membro da escola Bauhaus e criador da famosa cadeira Wassily. Breuer era um adepto pioneiro do modernismo, que surgiu no final do século 19, como um movimento cultural amplo que abrangeu arte, literatura, arquitetura, música e filosofia.


Marcel Breuer e sua cadeira Wassily

O Modernismo, em sua essência, era a rejeição da tradição – uma compreensão real do avanço. A tecnologia estava mudando as coisas rapidamente. Na Alemanha, a escola racionalista ‘Bauhaus’, fundada em 1919 por Walter Gropius e que incluía Le Corbusier e Mies van der Rohe, enfatizou a funcionalidade sobre o excesso.


Walter Gropius

Mas eventos cataclísmicos, como as guerras mundiais, podem ter efeito de longo alcance. Como resultado das mudanças ocorridas na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, arquitetos e designers da Bauhaus migraram para a América, e desenvolveram o ‘Estilo Internacional’ nos Estados Unidos, a partir do pensamento racionalista.

VÍDEO: BAUHAUS - A FACE DO SÉCULO XX



Moldado pela Bauhaus, o ‘Estilo Internacional’ favorecia o concreto, aço e vidro, os planos abertos e formas geometricamente precisas. Seus adeptos acreditavam que a tecnologia e a produção em massa não estavam em desacordo com a arte, e defenderam o conceito de que a vida urbana cotidiana podia ser melhorada através do design.


Farnsworth House

A lendária Farnsworth House ilustra o pensamento modernista do arquiteto alemão Mies van der Rohe (http://noholodeck.blogspot.com.br/2011/05/mies-van-der-rohe-farnsworth-house.html): "menos é mais". Projetada em 1946 a residência tem por característica a transparência e a fluidez dos espaços, e a aparente inexistência da conexão público-privado. Com este exemplo Mies ajudou a criar o gênero arquitetônico conhecido como minimalismo.

VÍDEO: FARNSWORTH HOUSE - MIES VAN DER ROHE



Phillip Johnson projetou a famosa “Glass House” (http://noholodeck.blogspot.com.br/2011/06/philip-johnson-glass-house.html), um dos mais bonitos exemplos do modernismo americano, com suas paredes externas de vidro, cozinha aberta e ausência de divisórias internas. O conceito básico para o projeto foi obtido de Mies van der Rohe e a Casa Farnsworth, concebida durante o mesmo período.
Construída em 1949, a Glass House foi desenvolvida para o próprio Jonhson como tese de mestrado, quando foi aluno de Marcel Breuer em Harvard.

VÍDEO: GLASS HOUSE - PHILIP JOHNSON: DIARY OF AN ECCENTRIC ARCHITECT



Modernista relutante, Frank Lloyd Wright, ao visitar a casa, teria dito com certo sarcasmo: ’Aqui estou eu Philip. Já estou dentro de casa ou continuo no jardim? Devo tirar meu chapéu ou mantê-lo na cabeça?’
Ambas as casas, estão na National Historic Register e são abertas ao público para visitas.

FRANK LLOYD WRIGHT

Frank Lloyd Wright é considerado o pai da arquitetura modernista americana. Muitos consideram sua arquitetura orgânica, combinada com o movimento ‘Arts and Crafts’ (Artes e Ofícios), como o ponto de transição para a estética do Mid-Century Modern nos Estados Unidos.

VÍDEO: FRANK LOYD WRIGTH - THE PALMER HOUSE



Como a Bauhaus, Wright acreditava que forma e função deveriam ser harmoniosas, mas seu uso de curvas e o amor pela madeira refletia uma antipatia pela rigidez e impessoalidade do ‘Estilo Internacional’. Ele achava que um bom design poderia intensificar a ligação das pessoas com o seu ambiente, especialmente com a natureza. Seus desenhos orgânicos integravam as paisagens - naturais ou urbanas - e teria um grande impacto nas futuras gerações.

VÍDEO: FALLINGWATER (Casa da Cascata) - FRANK LLOYD WRIGHT



Embora o componente norte-americano fosse um pouco mais orgânico em forma e menos formal do que o ‘Estilo Internacional’, o movimento Mid-Century Modern foi mais fortemente relacionado a ele do que qualquer outro. Arquitetos brasileiros e escandinavos eram muito influentes neste momento, com um estilo caracterizado pela simplicidade limpa e integração com a natureza.

VÍDEO: CASA DAS CANOAS – OSCAR NIEMEYER




AMERICAN CLASSIC DESIGN: MID-CENTURY MODERN – International Style Architecture of the 1950s


O Mid-century Modern é um movimento estético dos meados do século 20, que descreve a evolução do design industrial moderno, da arquitetura e do desenvolvimento urbano ocorrido entre 1933 e 1965.



O estilo Mid-century Modern de design teve início na Europa, com designers como o finlandês Eero Saarinen e explodiu nos Estados Unidos com designers como Charles e Ray Eames, Florence Knoll e George Nelson. Um uso inovador e arrojado de formas criativas em arquitetura e design.

VÍDEO: PIONEERS OF WEST COAST MODERNIST ARCHITECTURE



Ao retornar dos desafios extremos da II Guerra Mundial, a chamada "Greatest Generation" da América se voltou para a tarefa de construir um novo país, impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico moderno e inspirado pela idéia do design moderno. Este período produziu um estilo de arquitetura e design conhecido como ‘Mid-Century Modern’.

VÍDEO: CASE STUDY HOUSE PROGRAM: REALIZED DESIGNS, PART 1 (MODERN ARCHITECTURE IN LOS ANGELES)



Os designers americanos desta época tinham à sua disposição uma variedade estonteante de novos materiais e processos que foram desenvolvidos durante a guerra. Resinas, plásticos, fibras de vidro, ligas metálicas e laminados permitiam e validavam uma inovação sem precedentes, e a produção em massa. Embora a opulência permitisse personalizar as moradias de modo espetacular, seus desenvolvedores trataram a concepção das casas com base nos mesmos princípios.

VÍDEO: CASE STUDY HOUSE PROGRAM: REALIZED DESIGNS, PART 2 (MODERN ARCHITECTURE IN LOS ANGELES)



Havia um senso de responsabilidade social para tudo. Os designers dos meados do século realmente acreditavam que eles estavam contribuindo para melhorar a vida das pessoas através de um mobiliário confortável, uma arquitetura com visão de futuro e um planejamento cívico cuidadoso. Pela primeira vez, eles estavam colocando o design ao alcance da família americana de classe média.

ARQUITETURA MID-CENTURY MODERN

Após a Segunda Guerra Mundial, houve um boom de novas tecnologias. Suburbios surgiram em toda a paisagem americana e os arquitetos, influenciados pelos movimentos europeus ‘International Style’ e ‘Bauhaus’, começaram a utilizar as novas tecnologias para criar uma estética pós-guerra.

VÍDEO: US POST WORLD WAR II BOOM



A arquitetura Mid-Century foi utilizada freqüentemente em estruturas residenciais com o objetivo de levar o modernismo para os subúrbios na América, especialmente no Oeste americano. Nos seus projetos, a função era tão importante quanto a forma, com ênfase especifica nas necessidades da família de classe média americana.

VÍDEO: CLEAN LINES, OPEN SPACES: A VIEW OF MID-CENTURY MODERN ARCHITECTURE



Como em muitos projetos do arquiteto Frank Lloyd Wright, este estilo enfatizou a criação de estruturas com janelas amplas e plantas baixas abertas, com a intenção de abrir espaços interiores e trazer o lado de fora para dentro.

EICHLER HOMES

O construtor pioneiro e promotor imobiliário Joseph Eichler, foi de vital importância em trazer a arquitetura Mid-Century Modern para loteamentos na California, e selecionar empreendimentos habitacionais na costa leste.

VÍDEO: PEOPLE IN GLASS HOUSES - THE LEGACY OF JOSEPH EICHLER



Estas casas de estilo Mid-century, conhecidas como "Eichler Homes", utilizavam o revolucionário método de construção ‘post and beam’ (com a colocação de vigas), que eliminava paredes de suporte volumosas, em favor de divisórias transparentes feitas de vidro.

VÍDEO: STEEL MODERN- A HISTORY OF STEEL HOUSES IN PALM SPRINGS



Outros pioneiros fundamentais da arquitetura Mid-century Modern são Ludwig Mies van der Rohe, Marcel Breuer, George Nelson, Eero Saireen, Charles e Ray Eames, Richard Neutra e Phillip Johnson.

VÍDEO: DESERT UTOPIA: MID-CENTURY ARCHITECTURE IN PALM SPRINGS - TRAILER



No deserto de Palm Springs, está localizado um dos maiores exemplos de arquitetura do período Mid-century Modern. A preciosa casa de deserto da família Kauffmann, projetada por Richard Neutra contra o sopé da San Jacinto Mountains, em Palm Springs.

VIDEO: KAUFMANN DESERT HOUSE - RICHARD NEUTRA



RICHARD NEUTRA

O arquiteto, Richard Neutra era uma celebridade entre os modernistas. Trabalhou para Frank Lloyd Wright, e Rudolph Schindler. Muitos de seus trabalhos eram residências, estruturas que conseguiu transformar em obras impressionantes. Sua planta permitia a casa expressar divisões sofisticadas entre público e privado, adultos e crianças, dia e noite, atividades e descanso.

VÍDEO: THE LIFE OF RICHARD NEUTRA



Neutra utilizava técnicas psicanalíticas para estudar seus clientes e suas necessidades, e persuadi-los a construir suas estruturas – fazia todos os membros de uma família de clientes redigirem diários descrevendo cada coisa que eles fizeram por uma semana. Esta foi uma estratégia calculada para conquistá-los.

VÍDEO: RICHARD NEUTRA HOMES



Também acreditava em suas edificações como tratamentos terapêuticos: a casa teria de ser feita de forma graciosa, facilitando a passagem dos moradores para dentro e para fora da casa, como em um ato de nascimento. Suas janelas traziam a paisagem para dentro, em grandes placas de vidro soldadas no interior e exterior em um único conjunto. Para Neutra, cada espaço de estar deveria ser "um útero com uma vista."

VÍDEO: PERCEPTION OF ARCHITECTURE - THE NEUTRA VDL HOUSE



DESENHO INDUSTRIAL

Com a expansão das cidades e suburbanização, veio a demanda por um mobiliário moderno para as novas casas modernas de construção rápida. Além da arquitetura e do desenvolvimento urbano, o estilo Mid-Century Modern se caracterizou pelo seu design altamente funcional e pela produção em massa de móveis.

VÍDEO: RON FRANK ON MIDCENTURY FURNITURE DESIGN (MODERN ARCHITECTURE IN LOS ANGELES)



A produção e o desenvolvimento de uma variedade de novos materiais e tecnologia, gerados a partir dos anos de guerra, tornaram possível explorar novas texturas e efeitos, cores e até mesmo uma nova forma, com o objetivo de criar obras com o visual leve.

VÍDEO - MID CENTURY MODERN FURNITURE



Houve um uso liberal de materiais tradicionais como a madeira e materiais não tradicionais como metal, vidro, vinil, compensado e acrílico. O plástico foi utilizado pelas suas próprias qualidades ao invés de imitar móveis de madeira. Uma vasta gama de cores incluía desde as cores neutras até as arrojadas, e o uso gráfico do preto e branco.

DESIGN

Os designers desta época tinham como ponto de vista a criação de produtos que fossem acessíveis para a família de classe média e, inspirados pela exuberância de um mundo pós-guerra, criaram um mobiliário com formas orgânicas para todas as novas casas que foram construídas.



O design do mobiliário refletia o estilo limpo e livre das casas, com curvas e formas polimórficas e geométricas substituindo qualquer detalhe ornamental. Este novo mobiliário se tornou empilhável, dobrável e encurvado, foi rearranjado e intercambiado; encaixado e flexíbilizado.


Catálogo Herman Miller

A produção e o desenvolvimento de uma variedade de novos materiais e tecnologia, gerados a partir dos anos de guerra, tornaram possível explorar novas texturas e efeitos, cores e até mesmo uma nova forma, com o objetivo de criar obras com o visual leve.

VÍDEO: INTERIOR DESIGN LOOK BOOKS | MID-CENTURY MODERN



Houve um uso liberal de materiais tradicionais como a madeira e materiais não tradicionais como metal, vidro, vinil, compensado e acrílico. O plástico foi utilizado pelas suas próprias qualidades ao invés de imitar móveis de madeira. Uma vasta gama de cores incluía desde as cores neutras até as arrojadas, e o uso gráfico do preto e branco.

VÍDEO: VINTAGE MID-CENTURY MODERN INDUSTRIAL DESIGN (1958)



Paralelamente a este novo modo ‘casual’ de viver, foram criados produtos de decoração e para o estilo de vida - aparelhos e equipamentos - que incluíam itens como conjuntos de churrasco, torradeiras, grelhas, Mixmasters, bicicletas para cada membro da família, aparelho de som hi-fi, álbuns de música e um armazenamento fácil para todas estas coisas novas.


Aparelhos e equipamentos

O design escandinavo foi muito influente neste momento, com um estilo caracterizado pela simplicidade, design democrático e formas naturais. Copos (Iittala - Finlândia), cerâmica (Arabia - Finlândia), louças (George Jensen - Dinamarca), iluminação (Poul Henningsen - Dinamarca) e mobiliário (dinamarquês moderno) foram alguns dos gêneros para os produtos criados.

VIDEO: SCANDINAVIAN MID CENTURY MODERN DESIGN



DESIGNERS

O estilo Mid-Century Modern gerou vários designers notórios que ainda hoje são favoritos reconhecidos, e o desenho de suas peças continuam a inspirar os designers contemporâneos. O estilo continua a apelar aos proprietários de hoje por causa de sua qualidade atemporal. Colecionáveis do período Mid-century Modern variam de móveis e elementos de arquitetura à acessórios como lâmpadas, relógios, obras de arte e itens feitos de vidro.

VÍDEO: THE HOUSE THAT MODERNISM BUILT



Peças de mobiliário inspiradas por seus designs são muito procurados. Na América, a Herman Miller se tornou sinônimo de móvel "moderno" e trabalhou com nomes como George Nelson e Charles e Ray Eames. A Knoll é outra empresa conhecida por suas peças clássicas do mobiliário de design Mid-century Modern.


Da direita para a esquerda: George Nelson, Edward Wormley, Eero Saarinen, Harry Bertoia, Charles Eames and Jens Risom - Playboy Magazine, July 1961

Alguns proeminentes designers do período Mid-Century Modern incluem: Alvar Aalto, Al Beadle, Harry Bertoia, Chris Choate, Thomas Scott Dean, Charles and Ray Eames, Eileen Gray, Craig Ellwood, Max Gottschalk, Ralph Haver, Edith Heath, Arne Jacobsen, A. Quincy Jones, Louis Kahn, Denys Lasdun, Cliff May, Paul McCobb, George Nelson, Richard Neutra, Isamu Noguchi, Vernor Panton, Harvey Probber, Jens Risom, Eero Saarinen, Rudolf Schindler, Avriel Shull, Alison and Peter Smithson, Raphael Soriano, Hans Wegner, Russel Wright, and Eva Zeisel.

ALGUNS DESIGNERS AMERICANOS NOTÓRIOS

GEORGE NELSON

Quando George Nelson era um jovem estudante de arquitetura, ele viajou pela Europa e entrevistou importantes arquitetos modernos. De volta aos EUA, enquanto era editor da Architectural Forum, ele projetou o Armário Embutido, o primeiro sistema de armazenamento modular, que foi um enorme sucesso na indústria moveleira.

VÍDEO: GEORGE NELSON AT VITRA DESIGN MUSEUM



George Nelson projetou o extravagante Sofá Marshmallow para a empresa de móveis Herman Miller, que fabricava móveis assinados por desiners e era um de seus maiores fãs, então convenceu Nelson a trabalhar como seu diretor de design.


Sofá Marshmallow

EERO SAARINEN

Este arquiteto e designer finlandês-americano teve Charles Eames como um grande amigo e colaborador. Seus projetos de móveis mais famosos, como a cadeira Tulipa (Tulip Chair) e cadeira Ùtero (Womb Chair), representadas pela Knoll, aplicavam curvas esculturais para embalar o corpo.

VÍDEO: EERO SAARINEN "SHAPING THE FUTURE" PROJECT AT CRANBROOK



O estúdio de Saarinen também projetou obras arquitetônicas importantes, mais notavelmente o Gateway Arch em St. Louis e a TWA Flight Center no Aeroporto Internacional John F. Kennedy.


The Pedestal Collection - Tulip Chairs and Tulip Arm Chair
with a Saarinen Table, 1957


FLORENCE KNOLL


Eero Saarinen and Florence Knoll

A protegida de Eero Saarinen, Florence Schuster se casou com Hans Knoll e os dois fundaram a ‘Knoll Associates’. “Flo Kno" defendeu, em direito próprio, o talento para o design internacional e foi incrivelmente talentosa no design e na arquitetuta. Ela acreditava em "design total", e trabalhou com arquitetura, design de interiores, têxteis, design gráfico e publicidade.


Florence Knoll rectangular coffee table with florence-knoll sofas

ISAMU NOGUCHI

Nascido de um poeta japonês e uma escritora escocêsa-americana, Isamu Noguchi era escultor, designer, artesão, arquiteto e um paisagista notável. Estudou com Brancusi e levou sua sensibilidade biomórfica a um novo nível "Tudo é escultura", disse Noguchi. "Qualquer material, qualquer idéia sem impedimentos nascida no espaço, eu considero escultura." Seu trabalho iria inspirar muitos artistas e arquitetos da época.

VÍDEO: THE MAN BEHIND THE COFFEE TABLE


Além dos projetos de jardins e esculturas, Noguchi também projetou objetos de design para indústria tais como: lâmpadas e mobiliários - alguns deles conhecidos, reproduzidos e vendidos até hoje.


Isamu Noguchi, 1946. Freeform Sofa and Ottoman

Colaborou com a empresa Herman Miller, em 1948, quando se juntou a designers de peso como George Nelson e Charles Eames, dentre outros, para fazer parte de um catálogo seleto contendo as mais importantes obras do mobiliário moderno.

JULIUS SHULMAN

Em Los Angeles, Julius Shulman documentou as grandes casas e edifícios Mid-Century Modern, com suas impressionantes fotografias de arquitetura, incluindo o Case Study House #22 (Estudo de Caso para Casa No. 22) de Pierre Koenig, uma casa em Hollywood Hills com vista panorâmica de Los Angeles.

VÍDEO: SHELTER - Julius Shulman



CHARLES AND RAY EAMES

Com suas contribuições pioneiras para a arquitetura, design industrial, e cultura popular, Charles e Ray Eames ajudaram a moldar a América pós-guerra. No fim da década de 40, Charles desenhou e construiu para ambos, a pioneira Eames House inspirada em Mondrian, integrada no programa "Case Study Houses" da publicação Arts & Arhitecture.

VÍDEO: HOUSE - CHARLES & RAY EAMES



Localizada numa colina com vista para o Pacífico e construída à mão numa questão de dias com base em peças de aço pré-fabricadas destinadas à produção industrial, a casa permanece um marco da arquitetura moderna.


Eames motorcycle

O escritório do casal Charles e Ray Eames era intimamente ligado com a UCLA (University of California, Los Angeles) e a sua casa ‘mondrianesca’ para o programa “Case Study Houses” continua a estar até hoje. Em atividade ao longo de mais de quatro décadas (1943-88), o gabinete de Charles e Ray Eames acolheu na sua equipe vários designers notáveis, como Henry Beer, Richard Foy, Don Albinson, Deborah Sussman, Harry Bertoia e Gregory Ain, que foi engenheiro-chefe para os Eames durante a II Guerra Mundial.

VÍDEO: THE DESIGN GENIUS OF CHARLES + RAY EAMES



Entre os vários projetos que foram concebidos no gabinete, os Eames produziram o primeiro mobiliário de madeira compensada moldada tri-dimensional, como as cadeiras DCW ("Dining Chair Wood") e DCM ("Dining Chair Metal") em 1945, a Eames Lounge Chair em 1956, o mobiliário para o Aluminium Group em 1958, a Eames Chaise em 1968 e a Do-Nothing Machine em 1957, além de experiências com energia solar e um vasto número de brinquedos.

VÍDEO: AMERICA MEETS CHARLES AND RAY EAMES



A par do trabalho de design, o interesse de Charles pela fotografia traduziu-se na concepção de vários curtas-metragens para documentar os seus interesses, como o coleccionismo de brinquedos e de artefactos culturais durante as suas viagens. Os filmes também registam o processo de montagem das suas exposições ou a produção das suas peças de mobiliário.

VÍDEO: EAMES - "PARADE"



Alguns dos seus filmes abrangem temas mais intelectuais. “Powers of Ten” de 1977, narrado pelo físico Philip Morrison, conduziu seus espectadores a uma viagem imaginária a partir de um piquenique no campo, em Chicago, até a borda do Universo e, em seguida, mergulhou na estrutura da matéria atômica. Cada quadro representa uma mudança de escala por uma potência de dez. O filme foi concebido com o objetivo de inspirar os americanos a buscar carreiras na ciência e na matemática, em desafio ao lançamento do Sputnik e à corrida espacial.

VÍDEO: POWERS OF TEN™ (1977)



Charles disse a famosa frase: "Escolha o seu canto, se retire cuidadosamente, intensamente e com o melhor de sua capacidade, de maneira que você possa mudar o mundo." E assim ele e sua esposa fizeram.


Charles e Ray Eames

Durante a década de 50, o casal Eames prossegue o seu trabalho na arquitetura e design de mobiliário, sendo pioneiros na utilização de inúmeras técnicas, como a fibra de vidro, cadeiras em resina plástica, e as cadeiras em malha de metal concebidas para o fabricante de equipamento de escritório Herman Miller.

VÍDEO: HOW TO BUILD AN EAMES SHELL CHAIR



O casal Eames também concebeu e desenhou várias exposições notáveis. Uma das maiores conquistas dos Eames ocorreu em 1959, na dramática exposição multimídia ‘American National Exposition’, em Moscou, onde foi instalada uma casa moderna americana por George Nelson, e que foi cenário do dramático "Kitchen Debate" (debate na cozinha) entre Nikita Kruschev e Richard Nixon.


Nikita Kruschev e Richard Nixon na “cozinha”

Mais impressionante do que a instalação foi a apresentação concebida pelos Eames, que coordenava música e múltiplas imagens de slides sobre a vida americana, e que surpreendeu o cidadão médio soviético daquele tempo com imagens de uma opulência inimaginável.


American National Exposition, em Moscou, 1959

Composta por mais de 2.200 imagens fixas e em movimento, e concebido para proporcionar uma expressão visual da complexidade e diversidade da vida americana, a apresentação de “Glimpses of the U.S.A.” (Olhares dos E.U.A) serviu como introdução na Exposição Nacional Americana em Moscou – um intercâmbio cultural entre os EUA e a União Soviética no Parque Sokolniki em 1959.

VÍDEO: GLIMPSES OF THE U.S.A. (1959) [EXCERPT]



As imagens foram combinadas em sete diferentes rolos de filme 35mm, projetadas simultaneamente em enormes telões instalados em um domo geodésico de 250 metros de diâmetro, projetado por Buckminster Fuller. A música foi composta por Elmer Bernstein.
Charles Eames foi bastante influenciado pelo arquiteto finlandês Eliel Saarinen, cujo filho Eero, também arquiteto, viria a ser seu sócio e amigo.

VÍDEO: DULLES INTERNATIONAL AIRPORT - DC'S NEW AIRPORT 1962



Eames e Eero Saarinen, vencendo a competição para um projeto do Dulles Airport - a construção de um terminal para embarque e desembarque de passageiros que integra um sistema de transporte até o avião conhecido por “Mobile Lounge”, ou PTV - Passenger Transfer Vehicle -, foram inspirados pela espectativa de que as pessoas estariam embarcando em foguetes ao invés de aviões, daí a necessidade de um transporte ao invés da tradicional caminhada pelos longos terminais.

VÍDEO: EAMES AIRPORT - MOBILE LOUNGE



OTIMISMO E CRIATIVIDADE

Os meados do século foram um período de otimismo, energia, criatividade e inspiração, e definiram o cenário para os 50 anos seguintes da história. Aquele tempo também era o auge do ‘Século Americano’, e muitas das idéias que inspiram revoluções modernas da ciência, a internet e a ida para a Lua, foram semeadas nesta época.