30 novembro 2011

INTERNET: ESTUDANTE NA EUROPA PROCESSA FACEBOOK


O estudante de direito em Viena, Max Schrems, iniciou um processo contra o Facebook, a maior rede social do mundo criada por Mark Zuckerberg.
Após descorir que os dados apagados do Facebook não são realmente excluídos, quis saber o que havia sido armazenado sobre ele e, com muitas dificuldades, conseguiu um CD com toda a informação coletada durante os três anos em que fez parte desta rede. Quando impresso, o conteúdo do CD formava uma pilha de 1.200 páginas.

VEJA O VÍDEO (legendado)



Todo o material - histórico de chats, cutucadas, pedidos de amizade, posição religiosa, etc. - era classificado em 57 categorias que possibilitam facilmente a seleção de dados, possibilitando identificar qualquer informação desejada – sobre a vida pessoal, profissional, religiosa ou política. Além desse material, mesmo as mensagens, fotos e outros arquivos que ele havia deletado continuavam armazenados nos servidores do Facebook.
Quando questionado sobre isto, o Facebook afirmou que apenas "removia da página" e não "deletava". Isso significa que, quando uma informação é publicada no Facebook, ela jamais é excluída.


Após descobrir que o Facebook possui servidores na Irlanda, entre agosto e setembro de 2011, Schrems abriu 22 queixas contra a rede social no Irish Data Protection Commissioner, um órgão deste país. Para acompanhar o caso, o estudante de direito criou o site "Europe versus Facebook" [http://europe-v-facebook.org/EN/en.html].

CONTRAPONTO DO HOLODECK

Ótima oportunidade/brecha essa que o estudante de direito Max Schrems encontrou para ganhar visibilidade e, talvez, muito dinheiro. Mas é claro que dá para perceber, desde sempre, que os dados inseridos na rede nunca mais saem de lá: por isso tantos serviços gratuitos. E isto é divulgado abertamente. As informações inseridas pelos usuários é que são os ativos das empresas na Internet – quanto mais dados maior o valor.
Nos sites de compartilhamento de vídeos existem filmes – como os abaixo – já antigos, que alertam os usuários para as ‘possibilidades’ da inserção de dados na rede.

VIDEO: PENSE ANTES DE POSTAR



Também, há quase 4 anos atrás o brasileiro Nelson Mattos, vice-presidente de engenharia do buscador do Google para a Europa, Oriente Médio e África, que chefia 500 engenheiros espalhados em doze capitais européias, concedeu uma entrevista exclusiva à swissinfo (abril de 2008), onde falou sobre a estratégia da empresa e o futuro da Internet.
O vice-presidente disse que o objetivo do Google (divulgado em 1998) é organizar toda a informação do mundo. Em segundo lugar, fazer com que essa informação esteja disponível a qualquer usuário e que seja útil para ele. E nem toda a informação no mundo é baseada em texto. O volume de imagens, vídeos e áudios que cresce na internet é algo fenomenal.


Segundo Mattos, como a missão da Google é organizar todas as informações do mundo, obviamente aquelas que estão sendo criadas dentro de um ambiente de redes sociais - onde você está interagindo com seus amigos, colocando suas imagens, escrevendo no chat - também são informações. “E é claro que achamos importante poder organizá-las e torná-las disponíveis a qualquer pessoa. Se você tiver procurando imagens, é possível que elas estejam armazenadas dentro de um sistema de rede social.” Ainda, Mattos comentou que a estratégia da Google não é necessariamente competir com todos os sistemas da rede, porém existe a necessidade de permitir a compatibilidade e o transporte de dados entre elas.

Leia a entrevista completa clicando aqui.

29 novembro 2011

INTERNET: ELI PARISER E OS "FILTROS-BOLHA" ONLINE


À medida em que empresas da Web se esforçam para fornecer serviços sob medida para nossos gostos pessoais (incluindo notícias e resultados de pesquisa), acontece uma conseqüência importante, fundamental para o conhecimentoda humanidade: Caímos na cilada dos "filtros-bolha" e não somos expostos à informações que poderiam desafiar ou ampliar nossa visão de mundo, a nossa compreensão.
No dia 15 de maio deste ano, Eli Pariser lancou o livro “The Filter Bubble: What The Internet is Hiding From You” - algo como "O Filtro Bolha: O que a internet está escondendo de você"


Nele, Pariser mostra de que forma as ferramentas de busca, como o Google e Yahoo!, e até o Facebook, estão filtrando informações e decidindo o que pode ser relevante para cada um de nós se baseando em hábitos de busca, ou seja, editando, de forma invisível, a internet.
São os filtros-bolha, que cada vez mais oferecem apenas os resultados de pesquisa que os algoritmos de busca consideram ser o que queremos. É como se estivéssemos trocando de Big Brother: saindo do poder dos grandes grupos de mídia e caindo nas garras dos “robôs” da internet.
Neste sentido Eli Pariser, presidente do conselho da MoveOn e membro sênior do Instituto Roosevelt argumenta, em sua palestra no TED2011, que as ferramentas de busca personalizada podem estreitar nossa visão de mundo. Afirma que estamos sendo monitorados através de algorítimos, e que isto, definitivamente, é ruim para todos - nós e a democracia.



Em sua palestra Eli afirma: “Trata-se de um pensamento que me apavora especialmente porque não vejo outra forma de maturidade intelectual que não seja a de nos expor a idéias e pensamentos contrários aos nossos. E a internet, ao contrário de qualquer outro meio de comunicação, vinha com a promessa de conseguir fazer isso. Mas quando a rede se organiza de forma a nos mimar com informações, idéias e reflexões rigorosamente parecidas com as nossas, além de perdermos a chance de encontrar contrários, podemos mergulhar na vã e perigosa ilusão de que nossa forma de pensar é predominante.”

27 novembro 2011

RICHARD SERRA: ENVOLVENDO O ESPECTADOR


Richard Serra nasceu na Califórnia em 1939. Manifestou-se no circuito artístico de Nova York seguindo as influências da Arte Povera e do Minimalismo, no mesmo sentido de Donald Judd, Robert Morris e Frank Stella.
Na década de 60, enquanto se aperfeiçoava como pintor na Europa, Serra decidiu que queria envolver o observador diretamente no seu trabalho e, achando que não poderia fazer isso em duas dimensões, decidiu abandonar a pintura e tornar- se escultor.


Em 1970, realizou o equilíbrio entre placas de aço apoiadas em si prórias, sem a ajuda de suporte, concebendo possibilidades esculturais que ainda hoje estão em experimentação.
Desde então suas obras públicas - grandes estruturas de aço no território urbano, têm alterado a percepção do espectador sobre o espaço. Toda sua obra reflete uma atenção pela experimentação e revela uma preocupação com a redefição do espaço.


Com o objetivo de envolver o espectador, Serra possibilitou uma nova forma de interação com a escultura, ampliando as fronteiras e a definição dessa arte. O centro de gravidade e o equilíbrio, a massa e o vazio, a percepção do espaço e a consciência corporal por parte do espectador constituem os temas básicos de sua obra.
Colocando seu trabalho exposto no meio urbano e também em museus, como no MOMA - que precisou passar por uma transformação superlativa para a realização de uma mostra - o escultor escolhe tornar-se público e acessível aos outros.

VIDEO: RICHARD SERRA NO MOMA (2006)



As obras de Serra têm relevância inclusive entre arquitetos, uma vez que força e transforma os limites do espaço, proporcionando uma nova experiência do homem no mundo. Sua contribuição à arquitetura, está fundamentalmente em tomá-la como um lugar onde o artista estrutura espaços e explora novas possibilidades. Fundamentalmente, Serra desafia e proporciona uma reflexão à construção do espaço.

VIDEO: RICHARD SERRA TALK WITH CHARLIE ROSE (2001)



Serra já instalou suas obras em cidades como Nova York, Paris e Londres. Seu trabalho no espaço público considera um local específico e, neste sentido, sua obra não representa apenas o objeto em si, mas a sua relação com o local e com a população.


Em 1987, Serra instalou o seu Tilted Arc (Arco Inclinado) na Federal Plaza em Nova York - uma placa de metal curva de 3,6 metros de altura, que gerou polêmica e foi retirada do local pela mobilização dos habitantes que consideravam a escultura uma armadilha que poderia favorecer o acúmulo de lixo até ser usada como escudo por terroristas e assaltantes. Na discussão Serra alegou que a escultura era concebida especificamente para aquele local e que a sua remoção a destruiría. Em 1989, a peça foi retirada e encaminhada para um ferro-velho.

VIDEO: TORQUED ELLIPSE IV NO MOMA (1998)



As proporções das esculturas de Serra surpreendem quando se nota que não há nada para sustentá-las – para os leigos em física é um equilíbrio incompreensível. Para ele, o observador deve confiar apenas em sua experiência quando está entre as paredes da escultura. O objetivo principal do escultor é enfatizar o processo de criação, as características do material e, sobretudo, relacionar espectador e obra.

’THE MATTER OF TIME’


‘The Matter of Time’ é uma série composta por oito esculturas:
Torqued Spiral (Closed Open), 2003; Torqued Ellipse, 2003-04; Double Torqued Ellipse, 2003-04; Snake 1994-97; Torqued Spiral (Right Left), 2003-04; Torqued Spiral (Open Left Closed Right), 2003- 04; Between the Torus and the Sphere, 2003-05 e Blind Spot Reversed, 2003-05.

O conjunto desta obra pesa cerca de 1200 toneladas, tem mais de 430 pés de comprimento. As peças em aço, de grande escala, que compõem essa obra, erguem-se como muros, e se entrelacem em labirintos. Para se visitar uma escultura de Serra é preciso entrar nela fisicamente, interagir, sentir a textura, o frio do metal, elas são uma espécie de retorno à cidade. É preciso se perder nelas, perder-se para elas, se entregar as sensações, aos sentimentos que elas despertam.

VÍDEO: INTERAÇÃO COM 'THE MATTER OF TIME', 2005



A experiência do espectador durante o trajeto pelas predes de aço é um aspecto inerente na obra de Serra. O sentido desta criação é ativado pelo ritmo do movimento de cada espectador.
Este conjunto de esculturas se baseia na idéia de temporalidade múltipla, de tempos que se sobrepõem. A duração da experiência de uma peça é diferente à da outra. Por um lado a experiência é interna, privada, psicológica e estética, e de outro, é externa, social e pública. O espectador mergulha em uma viagem, cujas descobertas dependem de sua vontade de investir seu tempo e deixar que suas memórias se fundem na percepção. Ambas as criações de Serra nos instigam, nos provocam, nos fazem querer ser parte da obra.

VIDEO: MONTAGEM DE 'THE MATTER OF TIME' NO GUGGENHEIM BILBAO



23 novembro 2011

STAATLICHES BAUHAUS: A CASA ESTATAL DE CONSTRUÇÃO


Em 1919 surgia o Modernismo com a integração de duas escolas na extinta República de Weimar, na Alemanha. O arquiteto Walter Gropius integrou a Escola de Artes e Ofícios e a Escola Superior de Belas-Artes, fundando uma nova escola de arquitetura e desenho - a Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção), mais conhecida como Escola Bauhaus.


A ascendência mais próxima da escola está na associação Deutscher Werkbund (Federação Alemã do Trabalho), fundada em 1907 por Hermann Muthesius para incentivar as relações entre os artistas, os artesãos e a indústria. Muthesius desejava criar o que chamava de Maschinenstil (estilo da máquina). Gropius, que foi membro da Werkbund, materializou esse objetivo, em grande parte, na Bauhaus.


O principal campo de estudos da escola era a arquitetura e procurou estabelecer planos para a construção de casas populares baratas por parte da República de Weimar. Mas também havia espaço para outras expressões artísticas: o design e as artes plásticas. Gropius pressentiu que começava um novo período da história com o fim da Primeira Guerra Mundial e decidiu que a partir daí se deveria criar um novo estilo arquitetônico que refletisse a época.

VÍDEO: HABITAÇÃO BAUHAUS: HOUSE OF ZUCKERKANDL



A Bauhaus tinha a finalidade de ressaltar a personalidade do homem - mais importante que formar um profissional, era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do mundo moderno – e isso logo definiu o estilo em seus produtos despidos de ornamentos, funcionais e econômicos, cujos protótipos saíam de suas oficinas para a execução em série na indústria. O ensino era elástico, com artistas, mestres de oficinas e alunos participando, em conjunto, das pesquisas. Para Gropius, a unidade arquitetônica só podia ser obtida pela tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação, como a pintura, a música, a dança, a fotografia e o teatro.


O estilo Bauhaus era fruto do pensamento dos professores, recrutados, de várias nacionalidades, entre membros dos movimentos abstrato e cubista, que proporcionaram a introdução de movimentos como o expressionismo ou o construtivismo. A escola congregou importantes criadores de vanguarda, que foram responsáveis pelo contato direto com diferentes tendências da arte européia: o construtivismo russo, o grupo de artistas holandeses ligados ao De Stijl (O Estilo) e os adeptos do movimento de pintura alemã Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade).


No inicio, Gropius apoiou-se principalmente em três mestres: o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão Gerhard Marcks e o pintor suíço Johannes Itten. A eles se juntaram depois artistas como Oskar Schlemmer, Paul Klee, Wassili Kandinski, László Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe, que vieram reforçar a o afastamento da arte baseada em conceitos históricos e privilegiar um novo ideal artístico, baseado em princípios como a realização do ideal do “novo homem”. Em 1925, Josef Albers e Marcel Breuer passaram a fazer parte do grupo.

DOCUMENTÁRIO COMPLETO: THE DESSAU BAUHAUS



Em termos de formação a Bauhaus de Gropius era uma escola de artes e ofícios que dispunha de oficinas para vidro, cerâmica, tecelagem, metais, carpintaria e pintura mural, escultura de madeira e de pedra. Ainda oficinas de artes de palco, impressão e encadernação. O Vorkurs - curso preparatório - era exigido a todos os alunos e ministrado nos moldes do que é o moderno. Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos de aprendizado, porque acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado por padrões herdados do passado. Só após três ou quatro anos de estudo o aluno tinha aulas de história, pois assim não iria influenciar suas criações.


Pelo seu caráter reformador e vanguardista, a Bauhaus esteve, por várias vezes, em situações incômodas pelos regimes políticos em vigor. A conjuntura liberal que reinava na República de Weimar acabou com a ascensão do Partido Nacional Socialista na Alemanha. A escola foi considerada uma frente comunista, especialmente porque muitos artistas russos trabalhavam ou estudavam ali. Ameaçada de dissolução pela forte oposição às suas inovações, a Bauhaus mudou-se em 1925 para Dessau, onde ficou até o advento do nazismo. Para abrigá-la, Gropius projetou e construiu um complexo de edifícios que era, em si mesmo, um manifesto de arquitetura moderna e uma das mais extraordinárias obras da década de 1920.


É neste período que as atividades da escola se intensificaram, com o lançamento de publicações e a organização de exposições. Uma clara mentalidade racionalista presidia à elaboração dos projetos. Nesse período acontece a ligação mais efetiva entre arte e indústria, com o desenvolvimento de uma série de objetos - mobiliário, tapeçaria, luminária etc. -, produzidos em larga escala, como as cadeiras e mesas de aço tubular criadas por Marcel Breuer e Ludwig Mies van der Rohe, produzidas pela Standard Möbel de Berlim e pela Thonet.


Em 1928, Gropius passou o cargo de diretor ao suíço Hannes Meyer, abandonando a escola, já então consolidada, junto com Moholy-Nagy e Breuer. A nova direção deu realce ainda maior à arquitetura e assistiu à chegada das influências do construtivismo russo. Em 1930, Meyer, cuja postura esquerdista não era bem vista pelas autoridades, foi substituído pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe. Este reorganizou a escola e deu-lhe um novo impulso.
Em 1932, a Bauhaus mudou-se para Berlim, devido à perseguição do recém-implantado governo nazista que encerrou as suas instalações. Contudo, em 11 de Abril de 1933, a Bauhaus em Berlin também é fechada por ordem do governo.


O edifício inicial projetado por Walter Gropius sofreu inúmeras modificações após a Segunda Guerra. Em 1994 iniciou-se um processo de reforma para restabelecer a condição original do edifício. Devido a inexistência do projeto original o trabalho foi árduo e concluído somente em 2007. Ainda hoje é o edifício principal do pólo da universidade, destacando-se o escritório de Walter Gropius, mantido inalterado.
Link: http://www.bauhaus.de/

O LEGADO DA BAUHAUS


Apesar de ter durado apenas 14 anos, a Bauhaus deixou um legado importante, que permanece atual. A emigração dos professores da escola, devido ao nazismo, é fator decisivo na difusão das idéias da Bauhaus pelo mundo todo.
Nos Estados Unidos, para onde se dirige boa parte deles - Gropius, Moholy-Nagy, Breuer, Bayer, Van der Rohe e outros - surge a Nova Bauhaus, em Chicago, 1937/1938 e o Architectes's Collaborative - TAC, escritório de arquitetura criado por Gropius em 1945, quando é professor em Harvard.
Em 1950 inaugurou-se em Ulm, na Alemanha, a Hochschule für Gestaltung (Escola Superior da Forma), dirigida por Max Bill, ex-aluno da Bauhaus de Dessau. A essa última instituição, em especial, coube dar seguimento programático às formulações da antiga Bauhaus - uma escola que se integrou perfeitamente no contexto da civilização do século XX para dar-lhe uma visualidade própria.

DOCUMENTÁRIO COMPLETO LEGENDADO: BAUHAUS: THE-FACE OF THE 20TH CENTURY, de 1994

PARTE 1



PARTE 2



PARTE 3



PARTE 4


20 novembro 2011

UM FUTURO TOUCHSCREEN: A DAY MADE OF GLASS


Os avanços tecnológicos parecem ter ganhado uma velocidade nunca vista nos dias de hoje, e isso nos faz pensar em como será o futuro e o que esperar dele.
Levando em conta essa transformação - da interação entre o homem e a tecnologia - a ’Corning Incorporated’, líder mundial em vidros e cerâmicas especiais, com mais de 160 anos de experiência na ciência de materiais e no conhecimento da engenharia de processo, apresentou, dentro do contexto de seus produtos, um vídeo com a sua visão de futuro. A empresa cria e fabrica componentes-chave que permitem sistemas de alta tecnologia para eletrônicos de consumo, controle de emissões móveis, telecomunicações e ciências da vida.

VÍDEO: “A DAY MADE OF GLASS”



O filme “A Day Made of Glass” (um dia feito de vidro), mostra a rotina das pessoas em um futuro ainda não definido, mas que talvez esteja mais próximo do que se imagina. O grande foco está na usabilidade, uma vez que os dispositivos devem se integrar perfeitamente ao cotidiano das pessoas - em casa, no trabalho e no lazer.
De acordo com a visão da empresa, os dispositivos touchscreens serão parte integrante da vida não apenas em computadores, mas também em celulares, espelhos, janelas, fogões, outdoors, freezers, pontos de ônibus, carros e muito mais.
Para completar, os dispositivos móveis estarão ainda mais integrados e minimalistas, servindo não apenas para conversar com familiares, mas também para armazenar dados e conferir conteúdo.


Neste sentido, podemos ver que as tendências apresentadas em “A Day Made of Glass” são muito semelhantes às do teaser “The Future of Screen Technology”, apresentado em 2010 pelo escritório sueco ’TAT’, que projetou a simulação de como seria um dia em 2014. Esta coincidência sinaliza que o futuro já tem um desenho definido para as tendências na tecnologia da informação.

VIDEO: “THE FUTURE OF SCREEN TECHNOLOGY”

18 novembro 2011

PERFORMANCE: ‘DELIRIUM CONSTRUCTION’, A AMBIÇÃO NUA DE SARAH SMALL


No alto da parede, um mosaico de azulejos metálicos brilha com a luz dos candelabros suspensos no teto. Mas isto não compete com o mosaico vivo, logo abaixo.
Dispostas em camadas nas plataformas, lado a lado, estão 120 pessoas de todas as cores, etnias, formas e idades, a maioria delas nua. A performance, intitulada “Delirium Constructions”, é uma fantasia carnal enquadrada em colunas de pedra, uma enciclopédia da humanidade.
Tudo acontece no Skylight One Hanson, um majestoso espaço Art Deco no prédio do antigo Williamsburgh Savings Bank, no centro do Brooklyn.

Sarah Small, de 32 anos, fotógrafa nascida em Washington, é quem criou este projeto artístico de performance massiva que ela chama de "Tableau Vivant", ou quadro vivo - um procedimento popular na era vitoriana como forma de recriar obras visuais famosas, muitas vezes com um viés erótico. A obra de Small é tanto um retorno a isso, quanto uma experiência em romper os limites modernos de privacidade.


“Delirium Constructions” foi, de acordo com notas do programa, inspirada pela visita de Samall às galerias de pintura francesa e italiana no Louvre, que se impressionou com a dramaticidade dos agrupamentos de personagens nas pinturas. E assim como nas pinturas, a performance apresenta pessoas agrupadas em diversos estados de reclinamento. Meio distantes, frias, fazendo caretas. Duas jovens louras alinhadas juntas, uma em topless, a outra não. O centro da tela é um par de nus espetaculares: uma mulher muito obesa se alastra ao lado de um homem magro enrolado da cabeça aos joelhos.

VIDEO: 'DELIRIUM CONSTRUCTIONS' NO SKYLIGHT ONE HANSON (COMPLETO), EM MAIO DE 2011



Small ensaiou seus modelos de arte para o que se traduz num movimento de fusão entre música, gesto e dois casamentos - no ponto alto da performance, dois casamentos legais são oficializados. Parte homenagem à história da arte, parte celebração da comunhão, parte uma experiência radical, o ‘quadro vivo’ de Samall revela o processo evolutivo da criação da arte e de comunidade, pois leva à reflexão das verdades primarias e pungentes sobre uma saudade atemporal da humanidade, de encontrar a conexão dentro de cada um e de um com o outro.


A peça começa com Shara Worden cantando "Deh tardar vieni non" da obra “Marriage of Figaro”, de Mozart. No início da encenação os figurantes, que à primeira vista parecem estar dormindo, são convocados para a vida por Small, que anda entre eles, apontando como um condutor. Então, eles executam gestos repetitivos até Sarah direcioná-los para um canto uníssono e movimentos rigidamente sincronizados.
Outra cantora, Abigail Wright, nua, também realiza uma participação extensa, ao longo de toda a performance e termina a peça, sozinha, com "C 'est l'amour vainqueur" de Offenbach.


Tudo sobre este projeto atual é enorme: a catedral como espaço de arte decorativa; o número de modelos envolvidos, todos voluntários; os patrocinadores, incluindo Michael Huffington. Até o título é grande: “Tableau Vivant of the Delirium Constructions: A Live Exploration of Implausible Interaction.”
Small também lidera um um quarteto vocal de cappella, dos Balcãs, chamado ‘Black Sea Hotel’, que participa no cadafalso junto com os modelos e com um quarteto de cordas. Ainda, ela traz um diretor musical, um diretor de palco e um coreógrafo.
Enquanto isso, uma equipe de filmagem fica ao redor, planejando o documentário sobre o seu trabalho.


Small, graduada na Rhode Island School of Design, vem ganhando reconhecimento pelo seu trabalho com a câmera - suas fotos apareceram nas publicações Life, Vogue e Rolling Stone, e foram exibidas em galerias de todo o país, assim como na Europa e na Ásia. Em 2009 ela começou a compor instalações vivas para promover a série fotográfica, em curso, que ela chamou de " Delirium Constructions " - retratos cuidadosamente focados, que capturavam emoção dos seus sujeitos.

BIOVIDEO



Nos últimos meses, Sarah e sua equipe têm se dedicado à planejar e concluir o documentário sobre o seu trabalho, ao mesmo tempo em que preparam para uma turnê internacional da performance ao vivo.
O filme, atualmente intitulado ‘The Delirium Constructions’, pretende conduzir o espectador a uma viagem reveladora através de um processo interativo de criação da obra de Small: ‘Tableau Vivant of the Delirium Constructions’. O documentário é impulsionado pelas interações pessoais de Small com o elenco de 120 modelos do Tableau Vivant e a equipe criativa ao longo de dois anos.


Após o lançamento do longa-metragem, Small e sua equipe vão percorrer o mundo com sua performance, e pretendem atuar em cidades como Bruxelas, Tel Aviv, Berlim, Paris e Sydney, em 2013. Oficializando um casamento em cada país, ao longo de sua temporada internacional, Small continuará a unir a realidade e a performance. Enquanto continua a documentar, cinematograficamente, o processo evolutivo de construção dessas obras para a sequência fílmica, Small examinará rituais específicos da cultura do casamento, em paralelo com os estudos - em curso - sobre as questões das relações de intimidade, em todo o mundo.

VIDEO: TEASER DO TABLEAU VIVANT

Tableau Vivant of The Delirium Constructions (Excerpt) - One Main Street, 2010 from The Delirium Constructions on Vimeo.

16 novembro 2011

ARTE E MEIO AMBIENTE: A ‘EVOLUÇÃO SILENCIOSA’ DE JASON DECAIRES TAYLOR


Debaixo das águas cristalinas de Cancun, no México, centenas de esculturas atraem nova vida marinha ao fundo do oceano caribenho. É um trabalho de arte confluente com a conservação ambiental, em que a instalação “Silent Evolution”, de Jason deCaires Taylor, se transforma em recifes artificiais para milhares de espécies marinhas


Filho de pai inglês e mãe Guyanesa, criado entre a Europa e a Ásia, Jason passou grande parte da infância explorando e admirando os recifes de corais da Malásia, onde desenvolveu seu amor pela natureza e pelo mar. Mais tarde foi professor de mergulho submarino em diversos lugares do mundo, quando adquiriu o interesse pela conservação do meio ambiente. Além do mergulho, Taylor ainda explorou a fotografia e o grafite. Formado em artes pelo London Institute of Arts, ele se especializou em escultura e cerâmica.


Hoje, o meio inglês-meio guiano esculpe figuras humanas e naturezas mortas em tamanho natural, de cimento marinho, que são colocadas no fundo do mar, formando “galerias de arte submarinas”, e ficou famoso. Taylor criou o que ele chama de um museu de arte submarino. É dele a criação do primeiro parque de esculturas submarino, em 2006, localizado nas águas de Granada.

VÍDEO: O MUSEU SUBAQUÁTICO DE ARTE



Essas peças, no entanto, por estarem sob a água aparentam ser 25% maiores. No mar, a luz incide de forma diferente; o movimento da água e as partículas nela contidas modificam a percepção dos objetos e a natureza age sobre o material de forma imprevisível. Com o tempo, as esculturas começam a agregar elementos da vida marinha em sua superfície, e se integram ao ambiente.


A mais recente exposição do artista, realizada em 2010 nas águas de Cancun, chama-se ‘Silent Evolution’, e está localizada no mar do Parque Nacional Costa Ocidental de Isla Mujeres, Punta Cancún e Punta Nizuc, na costa do México.
São 400 esculturas instaladas, numa área de 420m², entre homens, mulheres e crianças – com feições impressionantes, que expressam preocupação com os problemas ambientais, mas de uma forma otimista, com esperança.
Os personagens da instalação são pessoas comuns, mas especialmente mexicanos, como a freira Rosario, de 85 anos, ou o pequeno Santiago, um menino de três anos. Há também pescadores, acrobatas, carpinteiros, uma professora de ioga, um contador...

JASON DeCAIRES TAYLOR ON MEGA STRUCTURES DISCOVERY CHANNEL



Esse é o quarto projeto do escultor-mergulhador em Cancun, mas sem dúvida nenhuma, o maior deles. A produção das 400 esculturas levou cerca de um ano e meio, junto com quatro assistentes, além de uma equipe de biólogos, engenheiros e outros mergulhadores. Elas foram feitas com um tipo especial de cimento marinho, que tem pH neutro e é muito mais resistente que o cimento normal. Além disso, foram fixados nas esculturas extratos de corais vivos, uma técnica que estimula ainda mais o crescimento do coral.

VIDEO: BUILDING THE WORLD'S LARGEST UNDERWATER SCULPTURE



O objetivo do projeto é transformar as esculturas em recifes artificiais, por causa do avanço do processo de degradação que ocorre devido ao enorme fluxo de turistas – aproximadamente 750 mil por ano. Com a nova área de mergulho ao redor da instalação, o parque nacional caribenho poderá ser poupado e com o tempo, regenerar a vida marinha. Taylor afirma que “que aproximadamente mil peixes já adotaram o local como habitat, inclusive uma espécie bastante rara que não víamos há muito tempo na região”. O projeto é uma iniciativa conjunta entre o artista, o Parque Nacional Marinho e a Associação Náutica de Cancun.


Os especialistas do projeto esclarecem que apenas 10% a 15% do solo submarino têm sedimentos sólidos para a formação de recifes naturais. Deste modo, para estimular o crescimento e aumento dos recifes, áreas artificiais têm sido criadas com material durável e ambientalmente seguro. E esses projetos têm se revelado bastante eficientes, ajudando a equilibrar o ecossistema marinho e a minimizar a depredação dos recifes naturais. Alguns pesquisadores prevêem que até 2050, cerca de 80% dos recifes naturais do planeta irão desaparecer.


Segundo o artista, “há planos de levar o projeto para outros lugares, entretanto, o planejamento e a realização levam bastante tempo. É necessário conseguir a autorização dos órgãos ambientais do local, fazer uma extensa pesquisa para descobrir onde é a região mais apropriada para se colocar as esculturas. Já houve contato de outras entidades interessadas, mas ainda estamos estudando as possibilidades.”


O processo de vivenciar a arte de uma galeria tradicional e submarina é descrito com detalhes em seu site. A execução, absolutamente incrível, funde arte, vida e o mar, numa estética em constante evolução, texturizados pelo tempo.
LINK EXTERNO: www.underwatersculpture.com


14 novembro 2011

INTERNET: “GOOD COPY, BAD COPY” É O MELHOR DOCUMENTÁRIO SOBRE DIREITOS AUTORAIS E CULTURA JÁ FEITO ATÉ HOJE


Divulgado no site do Creative Commons, o documentário ‘Good Copy, Bad Copy’ agora tem legendas em português, traduzidas e sincronizadas por Ztrust.
Andreas Johnsen, Ralf Christensen e Henrik Moltke realizaram o melhor documentário sobre direitos autorais e cultura já feito até hoje.
Com entrevistas que vão desde o DJ Girl Talk, até o produtor nigeriano Charles Igwe e passando pelo presidente da International Federation of the Phonografic Industry, John Kennedy, os diretores conseguiram captar a tensão existente no debate atual entre detentores de conteúdo da indústria tradicional e artistas da nova indústria.
O nome "good copy, bad copy" não poderia ser melhor para ilustrar este contraponto, alertando para o papel que o direito autoral pode desempenhar tanto para aprisionar estas novas formas de expressão cultural, quanto para libertar a cultura, permitindo uma revolução criativa mais profunda.

VÍDEO: “GOOD COPY, BAD COPY” - O DOCUMENTÁRIO COMPLETO E LEGENDADO

12 novembro 2011

INSTITUTO INHOTIM: TRANSFORMANDO PESSOAS PARA UM MUNDO MELHOR


O Instituto Inhotim é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Surgiu para abrigar a coleção do empresário Bernardo Paz.

DOCUMENTÁRIO: CONHECENDO MUSEUS - INSTITUTO INHOTIM



O Inhotim integra a arte à natureza e surpreende os visitantes com uma experiência sensorial única. O espaço oferece um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico de rara beleza, onde são encontradas espécies vegetais raras, dispostas de forma estética, em um terreno que conta com cinco lagos e reserva de mata preservada.

VIDEO: ESCOLA CONTEMPORÂNEA



Além desses espaços de fruição estética e de entretenimento, o instituto desenvolve também pesquisas na área ambiental, ações educativas e um significativo programa de inclusão e cidadania para a população do seu entorno. Pesquisas e projetos botânicos e paisagísticos são desenvolvidos em parceria com órgãos governamentais e privados.

VIDEO: OBRAS NO JARDIM



Localizado em uma área de 100 hectares na cidade de Brumadinho (MG), a 60 quilômetros de Belo Horizonte, o Inhotim abriu as portas para o público em 2004.
Seu projeto paisagístico teve o toque de Roberto Burle Marx e ao redor de suas trilhas, lagos, alamedas e viveiros, encontram-se diversas coleções botânicas entre as quais se destacam a de Aráceas - uma coleção de orquídeas da espécie Vanda - com 350 indivíduos de diferentes espécies, e uma das maiores coleções de palmeiras do mundo, com cerca de 1500 espécies. Além disso, diversas áreas do parque recriam os ambientes da floresta amazônica e da mata atlântica.

VIDEO: GALERIA ADRIANA VAREJÃO



Toda essa exuberância é parte integrante do acervo artístico do instituto, com mais de 500 obras espalhadas - ao ar livre e em galerias - pelo espaço do instituto. Extremamente visuais, mas também sonoros, táteis e olfativos, os trabalhos são assinados por artistas de mais de 100 nacionalidades, como os norte americanos Chris Burden, Matthew Barney e Doug Aitken, o tailandês Navin Rawanchaikul, a japonesa Yayoy Kusama, a canadense Janet Cardiff e os brasileiros Hélio Oiticica, Tunga, Cildo Meireles e Adriana Varejão, entre outros.

VIDEO: GALERIA CILDO MEIRELES



O Inhotim se diferencia de outras instituições por oferecer ao artista condições para a realização de obras que apenas em seu parque poderiam ser construídas. Muitas das obras foram erguidas a partir do conceito ‘site-specific’, em que o trabalho do artista está definitivamente integrado no espaço que o abriga.
O resultado é incrível: passear pelo Inhotim tornou-se uma experiência inigualável, onde todas as pessoas podem caminhar por edifícios de arquitetura arrojada, interagir com construções espelhadas e, ao mesmo tempo admirar um lago cheio de cisnes ou árvores com mais de 30 metros de altura.

VIDEO: SONIC PAVILION - DOUG AITKEN, 2009



Um dos grandes exemplos dessa integração entre arte e natureza é o 'Pavilhão Sônico', do artista Doug Aitken. No centro da construção feita com aço e vidro, em uma das colinas do parque, ele perfurou um poço tubular com 202 metros de profundidade e ali inseriu seis microfones conectados a amplificadores sonoros.
No interior do edifício, enquanto admira uma vista panorâmica do Inhotim, o visitanta ouve os sons - quase sempre parecidos com ventos e sussurros - provenientes das profundezas terrenas. Algumas vezes é possível escutar o eco das explosões feitas dentro das minas que operam na região de Brumadinho.

VIDEO: BEAM DROP - CHRIS BURDEN, 2008



Outro trabalho interessante é o 'Beam Drop', de Chris Burden, realizado em dos pontos mais altos do parque: nele o artista subiu em um guindaste e, de uma altura de 45 metros, soltou 71 vigas em direção a uma vala com cimento fresco. Todas ficaram em pé, de modo caótico, criando um contraste entre sua ferrugem e o verde da paisagem.
O Inhotim também possui 17 galerias (algumas com 1.000 m²) que apresentam ao público temas instigantes e, às vezes, polêmicos. Na galeria Rio Branco, o artista espanhol Miguel Rio Branco mostra em vídeos e fotografias, a rotina da população extremamente pobre na região do Pelourinho, em Salvador (BA).

VIDEO: COSMOCOCA CC5 HENDRIX WAR



Já a galeria Cosmococa reúne instalações desenvolvidas pelos brasileiros Hélio Oiticica e Neville D'Almeida, onde o visitante pode assistir, entre colchões, redes e bexigas, a slides montados pelos dois artistas: as projeções mostram imagens de ícones pop como Marilyn Monroe e Jimi Hendrix desenhadas por ‘fileiras’ de cocaína, e exibidas ao som da guitarra de Hendrix ou de uma sanfona de forró.

VIDEO: NEVILLE D'ALMEIDA E AS COSMOCOCAS



A CONVITE DE INHOTIM, O ‘CANAL’ ESTEVE NA INAUGURAÇÃO DOS NOVOS PAVILHÕES, NOVAS OBRAS EXTERNAS E NOVAS SALAS, EM SETEMBRO DE 2010. VEJA O PROGRAMA.

VIDEO: CANAL EM INHOTIM

PARTE 01



PARTE 02



VIDEO: BERNARDO PAZ FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ARTE CONTEMPORÂNEA NO PROGRAMA DE MARÍLIA GABRIELA



SERVIÇO:

Reserve pelo menos dois dias para visitar o Inhotim - o lugar é enorme e reúne centenas de atrações. O visitante irá caminhar bastante pelo parque, portanto, vista roupas e tênis confortáveis.
O Inhotim funciona das 9h30 às 16h30 entre terça e sexta-feira, e das 9h30 às 17h30 aos sábados domingos e feriados. O valor da entrada é acessível: R$ 20 (entrada inteira). Pagando mais R$ 10 o visitante tem direito de usar o transporte motorizado dentro do instituto.
Os ônibus da empresa Saritur saem de terça a domingo (e feriados) da rodoviária de Belo Horizonte com destino ao Instituto Inhotim. Saiba dos horários pelo telefone 0XX31 - 3419-1800

PARA AMPLIAR E VISUALIZAR O MAPA CORRETAMENTE CLIQUE NA IMAGEM COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E SELECIONE A OPÇÃO 'ABRIR LINK EM UMA NOVA JANELA', DEPOIS CLIQUE SOBRE A IMAGEM DA NOVA JANELA

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Para visualizar ou baixar a apresentação do Instituto Inhotim em PDF clique aqui
Veja mais fotos do Instituto Inhotim – em alta resolução - clicando aqui

DOCUMENTÁRIO: MINAS MOVIMENTA- INHOTIM




INSTITUTO INHOTIM NO CIRCUITO CULTURAL PRAÇA DA LIBERDADE

O governador Antonio Anastasia assinou, no dia 29 de setembro deste ano (2011), no Palacete Dantas, o protocolo de intenções com o presidente do Conselho Administrativo do Instituto Inhotim, Bernardo Paz, para a criação do Inhotim Escola, que integrará o Circuito Cultural Praça da Liberdade.

VIDEO: INSTITUTO INHOTIM NO CIRCUITO PRAÇA DA LIBERDADE


11 novembro 2011

GOVERNO CHINÊS CONDENA O ARTISTA AI WEIWEI


O governo chinês deu duas semanas para que Ai Weiwei pague 15 milhões de iuans (2,4 milhões de dólares) em impostos e sanções. O valor, originalmente citado em $770,000, foi alterado e largamente aumentado. O montante é referente a supostos impostos atrasados e multas da companhia para a qual ele trabalha, a Beijing Fake Cultural Development, de propriedade de sua esposa, Lu Qing.
A ordem de cobrança do Escritório Local de Tributação de Pequim foi entregue ao artista na casa dele, localizada em um dos distritos artísticos da capital chinesa.


Ai disse que as autoridades o apontaram como controlador da empresa que ajudou suas obras a conquistarem prestígio internacional.
- Eles criaram esse pequeno título - disse Weiwei - Sou um designer da empresa. Não sou diretor nem mesmo gerente. Claro, sei que essa questão é para me atingir.
O artista ainda disse que não teve acesso aos documentos que deram origem à acusação de sonegação nem sabe a que impostos e taxas ela se refere. "Onde está a prova? Se o governo quer fazer uma acusação, ele tem de mostrar as evidências."

VÍDEO: ENTENDA O DESAPARECIMENTO DO ARTISTA CHINÊS AI WEIWEI



Em julho, as autoridades de Pequim fizeram uma audiência a portas fechadas sobre o caso de evasão fiscal. Weiwei tentou participar da audiência, mas foi barrado na porta. Em junho, quando foi libertado, o governo havia afirmado que Weiwei continuava sob investigação de crimes econômicos.
O dissidente afirmou que, se não pagar o que deve, estará sujeito a uma pena que pode variar entre 2 e 7 anos de prisão. "Eu ainda não sei o que fazer. Tenho de conversar com advogados e especialistas em tributação", disse.
— Se for um problema de impostos, vou pagar. Mas se não for, não vou pagar — disse.
O artista colocou mensagem no Twitter dizendo que as autoridades ameaçaram o contador e o administrador da empresa e os alertaram para que não se encontrassem com ele.

VÍDEO: AI WEIWEI DETAINED. HIS TED FILM



Weiwei considera que esta é mais uma tentativa de silenciá-lo. Para ele, a denúncia de sonegação tem motivação política e seu objetivo é dar um verniz de legalidade à sua prisão - além de ser uma tentativa de intimidá-lo, na opinião de simpatizantes.
Ai foi preso em 3 de abril e permaneceu detido durante 81 dias sem a apresentação de nenhuma acusação formal contra ele. Quatro dias depois de sua prisão, o governo chinês afirmou que o dissidente era investigado por "crimes econômicos", sem dar detalhes das suspeitas.
SAIBA MAIS SOBRE A DETENÇÃO DE AI WEIWEI CLICANDO AQUI.
Ele foi libertado em junho. Como condição para a libertação, Ai foi proibido de dar entrevistas, escrever na internet e sair de Pequim pelo período de um ano.
Porém, não demorou muito para que Weiwei voltasse a manifestar suas opiniões e criticar o governo. Em agosto, ele publicou um artigo na revista “Newsweek” e suas mensagens no Twitter se tornaram cada vez mais frequentes. Ele conta com cem mil seguidores na rede.

VÍDEO: WHO IS AFRAID OF AI WEIWEI



Ai é o mais célebre dos críticos do regime presos desde meados de fevereiro, quando teve início a mais violenta onda de repressão na China em pelo menos uma década. As autoridades de Pequim reagiram a e-mails anônimos que convocavam manifestações semelhantes às que derrubaram regimes autoritários em países muçulmanos, em uma tentativa de criar uma versão local da primavera árabe.
Os protestos não chegaram a ocorrer, mas dezenas de ativistas, blogueiros, intelectuais e advogados que atuam na área de direitos humanos foram presos, alguns dos quais acusados de subversão.

VÍDEO: AI WEIWEI - SEM PERDÃO (Português)



O fato causou mobilização nos cidadão chineses, que até agora já enviaram mais de US$ 800 mil em contribuições para o artista. Cerca de 20 mil pessoas já enviaram dinheiro para Ai Weiwei através de transferências bancárias e envelopes.
Em retribuição, sementes de cerâmica comemorativas da instalação "Sunflower Seeds", que Ai Weiwei apresentou em sua instalação na Tate Modern, são preparadas para serem enviadas às pessoas que estão colaborando com o artista.
Um jornal estatal publicou na segunda-feira (07) que Weiwei pode ser acusado de “captação ilegal de recursos” e que “é absolutamente normal para um certo número de pessoas demonstrar seu apoio a ele com doações. Mas essas pessoas são um número extremamente pequeno quando comparado com a população total da China”.

VIDEO: DOCUMENTÁRIO BBC - AI WEIWEI, WITHOUT FEAR OR FAVOR



‘SUNFLOWER SEEDS’

Há 14 anos, a Tate Modern de Londres expõe ‘The Unilever Series’ em que artistas plásticos renomados pelo mundo expõem seus trabalhos no Turbine Hall.
O convidado da edição de novembro de 2010 foi Ai Weiwei, que mais uma vez surpreendeu com a instalação "Sunflower Seeds", colocando 100 milhões de sementes de girassol feitas de porcelana na galeria.
Os visitantes foram convidados a tocar e a andar por cima do tapete de sementes, com uma massa de dez centímetros de altura e pesando mais de 150 toneladas, que cobriu uma superfície de mil metros quadrados.

VÍDEO: ‘SUNFLOWER SEEDS’ NO TURBINE HALL



Para concluir a obra foi necessário que 1,6 mil pessoas se empenhassem durante dois anos e meio na confecção das sementes, em que cada colaborador contribuiu com cerca de 60 mil réplicas. Ai Weiwei contribuiu apenas com três.
Na conferência de imprensa de apresentação da exposição, Ai Weiwei explicou que todas as peças foram produzidas segundo os métodos tradicionais na antiga cidade de Jingdezhen, na China, famosa pela sua produção de porcelana para a corte imperial.

VÍDEO: VEJA OS BASTIDORES DE ‘SUNFLOWER SEEDS’


10 novembro 2011

ARQUITETURA: ‘VILLA SAVOYE’ DE LE CORBUSIER


A Villa Savoye, obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier (Charles-Edouard Jeanneret-Gris, 1887-1965), é uma residência projetada e construída entre 1928-29 em Poissy, na região parisiense. Forma com a residência Farnsworth (de Mies van der Rohe) e a Casa da Cascata (de Frank Lloyd Wright) uma tríade de residências paradigmáticas das diferentes tendências da arquitetura moderna que surgiram no início do século.


A residência é responsável por influenciar o pensamento projetual de arquitetos em todo o mundo devido à um século marcado pela máquina, pela razão e pelo progresso. Segundo Le Corbusier, ‘a casa é uma máquina de morar’ e a Villa Savoye foi projetada seguindo essa idéia, de forma plena.


Encomendada por um jovem casal com um filho, a edificação constitui um dos mais importantes exemplares da arquitetura moderna de raiz funcionalista, sintetizando as pesquisas para a arquitetura doméstica que Le Corbusier desenvolveu. A Villa expõe em si mesma os ‘Cinco Pontos para uma Nova Arquitetura’, propostos na obra teórica de Le Corbusier, formulada em 1927:

1. Pilotis, liberando o edifício do solo e tornando público o uso deste espaço antes ocupado, permitindo inclusive a circulação de automóveis;

2. Terraço jardim, transformando as coberturas em terraços habitáveis, em contraposição aos telhados inclinados das construções tradicionais;

3. Planta livre, resultado direto da independência entre estruturas e vedações, possibilitando maior diversidade dos espaços internos, bem como mais flexibilidade na sua articulação;

4. Fachada livre, também permitida pela separação entre estrutura e vedação, possibilitando a máxima abertura das paredes externas em vidro, em contraposição às maciças alvenarias que outrora recebiam todos os esforços estruturais dos edifícios;

5. A janela em fita, também conseqüência da independência entre estrutura e vedações, se trata de aberturas longilíneas que cortam toda a extensão do edifício, permitindo iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas do exterior.

VIDEO: VILLA SAVOYE PROMENADE CREATION



Associado aos cinco pontos, o conceito da promenade architecturale, ou o passeio arquitetural, é fundamental para a compreensão desta residência. A valorização do percurso como uma estratégia conceitual, a ordenar tanto interna como externamente a Villa Savoye, é evidenciada desde a chegada, pontuando a experiência de fruição do objeto arquitetônico com surpresas constantes. O conceito se realiza através da variação do percurso, obrigando a experiência do objeto arquitetônico em diferentes posições e pontos de vista, e variando constantemente a relação entre o objeto e o fruidor.

VIDEO: LA VILLE RADIEUSE, LE CORBUSIER



O próprio Le Corbusier revela a origem do conceito da Promenade:
“A arquitetura árabe nos dá um ensinamento precioso. Ela é apreciada no percurso a pé; é caminhando, se deslocando que se vê desenvolverem as ordenações da arquitetura. Trata-se de um princípio contrário à arquitetura barroca que é concebida sobre o papel, ao redor de um ponto teórico fixo. Eu prefiro o ensinamento da arquitetura árabe”


A casa se caracteriza por um volume prismático branco, de planta quadrada, elevado do solo por pilotis (colunas de betão). A parede exterior, tratada como uma membrana sem funções estruturais foi rasgada por longas janelas horizontais que enquadram as perspectivas sobre o exterior da casa.


No exterior, sob o bloco principal da casa, o recuo do volume que articula as entradas define um espaço coberto, de transição entre o interior e o exterior, que protege contra as intempéries de quem chega e cria a possibilidade de um caminho coberto para o automóvel chegar até a garagem, passando pela entrada principal. Também, os pilotis reforçam a idéia da liberação do solo para o uso comum e a circulação, estabelecendo um espaço aberto e iluminado naturalmente, porém em sombra.


No interior, a inversão de sentidos entre escada e rampa evidencia o conceito da promenade architecturale, ou seja, a variação de percursos faz com que a fruição se dê de forma complexa, produzindo estímulos diversificados e distintos na medida em que se caminha no espaço interior. A experiência do percurso se faz mais importante do que a apreensão da forma estática, a relação entre espaço e tempo acontece também do lado de dentro.


O piso térreo concentra os espaços de serviço (garagem e quartos dos empregados) assim como a entrada e respectivos dispositivos de circulação. Uma parede curva em vidro contém o átrio da habitação, no interior do qual se encontra uma rampa que conduz aos outros pisos, assim como uma escada auxiliar de serviço.


No primeiro andar ficam os espaços nobres da habitação (os quartos, a sala comum e a cozinha), organizados em torno de um terraço-jardim.
A partir do primeiro piso, a rampa continua exteriormente em direção à cobertura - um terraço - onde algumas paredes curvas emolduram as vistas sobre a paisagem. Esta rampa, que substituiu a solução tradicional das escadas, cria um percurso interior, contínuo, em que se sucedem acontecimentos espaciais e visuais.


A Villa Savoye torna manifesto um novo modo de vida que toma lugar nos espaços que o conceito da promenade architecturale possibilita. Intimidade e controle se realizam no equilíbrio entre abertura e fechamento - integração visual e isolamento físico, proporcionando uma sensação de proteção realizada pelas divisões e a possibilidade de visualização panorâmica do exterior.


A resposta às demandas relativas à utilidade se fazem, na Villa Savoye, através da criação de equipamentos e suportes para o dia a dia (bancadas, armários, mesas e etc.) e da incorporação das inovações tecnológicas, como o automóvel. Tal inclusão elimina a possibilidade de leitura da obra corbusiana como arte pura, revelando a consideração de uma finalidade que é externa à própria forma.


A Villa Savoye aponta para a possibilidade de que a arquitetura possa regular as relações humanas e atingir um grau de ‘invenção arquitetural’ na medida em que promove deslocamentos em todas as demandas que interagem na criação e na realização do edifício, o que sugere uma reinvenção da finalidade a que a arquitetura deve atender.

VIDEO: VILLA SAVOYE POR ARCHITECTURAL WONDERS