18 setembro 2011

SPENCER TUNICK: ‘MAR NÚ’


Mais de mil israelenses posaram nus na madrugada deste sábado (17/ 09) para a produção mais recente do fotógrafo americano Spencer Tunick, famoso por seus retratos de nus coletivos.
Para o primeiro projeto de Tunick no Oriente Médio, o fotógrafo escolheu como cenário uma praia privada da costa israelense do Mar Morto.

VIDEO: SPENCER TUNICK COMES TO ISRAEL TO CREATE "NAKED SEA"



Denominado de "Mar Nu", este trabalho de Tunick integra uma campanha internacional a favor do reconhecimento do Mar Morto como uma das sete maravilhas naturais do mundo.
Segundo especialistas, o Mar Morto corre o risco de desaparecer até 2050 caso não sejam adotadas medidas urgentes para evitar a seca. A cada ano o nível diminui um metro e em algumas áreas a margem recua mais de um quilômetro.

VIDEO: SPENCER TUNICK FOTOGRAFA MIL PESSOAS NUAS NO MAR MORTO.



Para realizar o projeto Tunick arrecadou dinheiro através da internet e manteve a escolha do local em segredo. Mais de 700 pessoas responderam ao seu pedido e forneceram US$ 116 mil.
Apesar da grande aceitação do trabalho de Tunick em Israel, alguns políticos e rabinos criticaram a idéia. O deputado Zevulun Orlev, do partido Habait Hayehudi, recorreu a uma imagem bíblica para se posicionar contra o que definiu como uma "Sodoma e Gomorra" fotográfica. Já um de seus colegas no Parlamento, Nissim Ze'ev, do partido ultra-ortodoxo sefardita Shas, declarou que mais do que criatividade, via na ideia "uma forma de prostituição".
Por este motivo, o local das fotos foi mantido em sigilo até o último momento.

VIDEO: ENTREVISTA DE TUNICK



"Amo Israel e faço isto para salvar o Mar Morto, que em 50 anos pode desaparecer", disse o fotógrafo à imprensa, afirmando que o local é "único país do Oriente Médio onde é possível efetuar este trabalho".
Tunick, que é judeu, lembrou também que sua família vive em Israel e que o Mar Morto faz parte das lembranças de sua infância.
A sessão de hoje esteve em risco até ao último momento, por dificuldades de financiamento e por pressões político-religiosas de Israel.
Seu propósito inicial era fazer as imagens no porto de Tel Aviv, mas os custos e a polêmica o fizeram mudar de opinião.

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